Henrique
Rodrigues: “regressar, andar rápido e vencer o Kumho Norte foi fantástico!”
O
piloto duriense, acompanhado por Daniel Rodrigues, coroou as boas exibições em
2021 com o triunfo na Divisão 1 do Desafio Kumho Norte, logrando ainda terminar
o Campeonato Norte de Ralis no 8º posto absoluto, com apenas cinco participações.
Após um longo interregno de
12 anos, Henrique Rodrigues decidiu regressar às lides dos ralis. E em boa hora
o fez.
Acompanhado por Daniel Rodrigues, o duriense assinou exibições
muito convincentes aos comandos do Mitsubishi Lancer EVO VII preparado pela
Matos Competições.
Mas recuemos na cronologia e vamos lá conhecer melhor a
carreira do piloto.
As suas ganas de se tornar piloto de competição têm raízes na influência
“do meu pai que também correu em rampas e perícias e em 2006
apercebendo-me que o meu primo tinha carros para alugar e depois de um curso de
navegadores para perceber melhor como tudo funcionava, aluguei-lhe um pequeno
Toyota Yaris de troféu para fazer algumas provas do Nacional de Ralis, com a
minha esposa Daniela como copiloto”.
“Nesse ano fizemos 3 provas com o Yaris,
vencendo sempre a nossa categoria e o interesse foi aumentando. Em 2007, não
consegui o orçamento necessário para fazer muitas provas e só fiz o Rali de
Portugal como copiloto num Peugeot 206. Já em 2008, consegui reunir alguns
apoios e apostei num carro que deu muitos dissabores, o Renault Megane Maxi. Logo
na primeira prova em Fafe nem chegou a arrancar!”, lembra o piloto que, de seguida, mudou “para
um Peugeot 206 e inseri-me no troféu Modelstand, no Open de Ralis, onde fiz
algumas provas, assim como em 2009, repeti o troféu, tendo acabado com um
grande acidente no Rali Vidreiro. Decidi então não correr mais até este ano de
2021. Durante este curto e tumultuoso trajeto fui fazendo alguns bons
resultados e, mesmo tendo parado, ficou sempre cá dentro a vontade de um dia
regressar”.
Mas foi preciso esperar mais de uma década para isso
acontecer.
Em 2021, Henrique Rodrigues resolveu “em Janeiro que
queria voltar e num curto espaço de tempo montar um projeto que me fosse
possível fazer um campeonato quase completo. Escolhi o Mitsubishi EVO VII da
Matos Competições porque tinha conhecia o Carlos Matos e tinha confiança no seu
trabalho. Conseguimos reunir o que era necessário para correr. Nunca tinha
conduzido um 4x4 e foi uma experiência muito agradável em termos de condução e
aprendizagem”, sentindo o piloto que “devido a estar tanto tempo
sem correr e tendo em conta que utilizei um carro que nunca tinha guiado, não
posso dizer que o balanço seja mau neste ano. Foi até, melhor do que eu e o Daniel
estávamos à espera”.
Considera que o segredo para as boas exibições e resultados a
condizer reside “na rápida habituação ao carro, quer na terra, quer no
asfalto, sempre com uma toada de aprendizagem e habituação, não cometendo
excessos e os resultados foram aparecendo, alguns também muito para além das
nossas espectativas, sendo tudo isto colmatado no final do ano, com a vitória
na Divisão 1 Norte do Desafio Kumho Portugal, para além de outros bons
resultados nas provas e nas diversas classificativas”.
Cliente assíduo dos lugares dentro do Top 10 absoluto dos
ralis em que participou, o piloto assume que “isso superou todas as
nossas expectativas. Eu e o Daniel não fazíamos ideia, no início, de onde nos
poderíamos colocar na classificação de cada rali e na geral do CNR, pois tudo
era novo para nós, desde os ralis até ao carro e por isso não começamos com
grandes espectativas relacionadas com a classificação, mas depois as coisas
foram acontecendo e os resultados começaram a aparecer e conseguimos um positivo
8º lugar final na geral do CNR”.
Lamenta que “infelizmente, não tenhamos feito as provas
todas do campeonato, o que nos proporcionaria com toda a certeza outra
classificação na geral final. O orçamento não o permitiu, mas tenho sobretudo
de salientar que representou muito para mim neste regresso conseguir andar
perto dos lugares da frente e sempre dentro do top dez absoluto, discutindo a
vitória entre os Kumho”.
E foi na competição particular dos pneus coreanos, promovida
pela ASR Tyres, que a dupla conquistou um troféu neste seu regresso.
Sagraram-se vencedores da Divisão 1 do Desafio Kumho Norte, feito que Henrique Rodrigues
considera “um dos momentos altos da carreira. Representa o meu
primeiro troféu à geral desde que me iniciei nos ralis e por si só tem muito
significado. Quero dar os parabéns à Khumo e à ASR Tyres por ter esta
iniciativa nos ralis nacionais, que muito beneficia e ajuda a concretizarem
alguns projetos. Os pneus são bons e nunca tivemos um pequeno problema com
eles, aliás não tivemos um único furo durante toda a época, o que mostra a
qualidade destes pneus. Este tipo de competições, entre outras são necessárias,
estimulam os pilotos, ajuda alguma percentagem a diminuir despesas, se por
acaso ganhares prémios e cria uma luta saudável entre pilotos e equipas, por
isso é uma competição que ajuda a animar o panorama dos ralis em Portugal”.
Face a estes resultados, Henrique Rodrigues sente que “o
balanço de 2021 é muito positivo e foi além das nossas espectativas iniciais”,
sendo corroborado na análise pelo seu navegador Daniel Rodrigues que destaca “a
audácia do Henrique a pilotar. Enfrentou a sempre dura adaptação
a um carro de 4 rodas motrizes e fê-lo de forma brilhante”, com Daniel
Rodrigues a realçar ainda que “foi um ano de dedicação e empenho por toda
a equipa fantástica, que eu encontrei no retorno a esta modalidade”.
Henrique Rodrigues escolhe como momento mais destacado de 2021
o “bom resultado que fizemos no Rali Terras D’Aboboreira, que ajudou muito a
impulsionar o restante campeonato” e como a ocasião menos positiva “a
desistência no Rali de Mesão Frio, com o diferencial partido. O rali já não tinha
começado muito bem e não acabou bem devido a esta desistência e era um rali que
eu gostaria de ter feito um bom resultado pela proximidade de Mesão Frio a
Lamego”.
A fechar o rescaldo da época
finda, Henrique Rodrigues agradece “a dedicação do Daniel e dos nossos
parceiros, patrocinadores e amigos, que são a peça fundamental na concretização
de tudo isto e sem eles todos estes resultados de relevo do ano de 2021 não
eram possíveis”, lembrando ainda o trabalho “da Matos
Competições, na pessoa do Carlos Matos que fez um trabalho incrível no carro”
e deixando a sentida palavra final para “a família, pelo apoio fundamental
como me dá alento e também porque são muitas horas que passamos fora”.
Quanto a planos para 2022 “a única certeza que
temos é que queremos continuar a correr, temos tudo bem encaminhado, mas a
entidade máxima que organiza os ralis, teima em se atrasar com os regulamentos,
proporcionando assim a quem corre uma dificuldade acrescida na viabilização de
um projeto desta envergadura. Vamos continuar com o mesmo carro, que em princípio
sofrerá algumas evoluções, para continuarmos o nosso progresso. Apontámos
obviamente ao novo Campeonato Promo de Ralis, no entanto ainda nem sabemos bem
o que será este campeonato”.
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João Raposo
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