Hélder Cordeiro: “2021 foi uma época longa e difícil,
mas com resultados muito positivos!”
Uma dezena de provas receberam a presença de Hélder Cordeiro
em 2021, naquela que foi a mais longa das temporadas assumidas pelo piloto. Do
Campeonato Centro de Ralis a provas icónicas selecionadas, o piloto residente
em Leiria e natural de Porto de Mós utilizou três “montadas” que o levaram a um
ano muito positivo.
Mas, antes de dissecarmos 2021, falemos um pouco
da carreira de piloto, que está quase a comemorar uma década de existência.
Hélder Cordeiro iniciou-se
nestas lides “aos 43 anos de idade, em 2013, quando aceitei o desafio de
fazer as 24 Horas TT Vila de Fronteira. Foi um projeto entusiasmante que me fez
crescer a vontade de competir no desporto automóvel. Limitei a minha competição
automóvel de 2014 a 2017, à participação nesta prova das 24 horas de Fronteira,
sendo que no ano de 2017 a minha equipa, ao comando de um Nissan Pathfinder,
logrou vencer a prova na categoria T2, tendo eu registado a volta mais rápida da
categoria”.
Entretanto, em 2016, dá-se
a estreia nos ralis e nas rampas: “adquiri o meu Ford Escort MK2 RS 2000,
começando por fazer umas rampas do NDML, as quais, no entanto, não preenchiam o
meu espírito competitivo, motivo pelo qual, em Outubro de 2016, sem quaisquer
apoios logísticos e desconhecendo totalmente o mundo dos ralis, fiz a minha
estreia nesta categoria, com o meu copiloto de sempre Bruno Pereira, no saudoso
Rali Vila Medieval de Ourém”.
No ano seguinte “fiz
apenas o Rali do Vidreiro, em 2018, apenas outras três provas e, em 2019,
decidi finalmente mesmo fazer o Campeonato Centro de Ralis, disputando 7 provas,
almejando ser segundo no Grupo P2, perdendo o título na última PEC do último rali,
por menos de 1 ponto!”.
Nesse ano de 2019, Hélder
Cordeio adquiriu “um Fiat Punto HGT, para disputar as provas de terra,
destinando o Escort ao asfalto. Em 2020 consegui, por fim, sair vencedor da categoria
P2 do CCR, num ano atípico e de poucas provas”.
Na época transata Hélder
Cordeiro e a equipa que lidera reservaram uma bela surpresa para os aficionados.
Considerando que “Estava na altura de experimentar algo diferente, fiz a
estreia no Rali da Bairrada de um BMW E46 M3. A exemplo do meu habitual Ford
Escort, também é um carro de tração traseira, mas com um grau de desafio que
veio elevar o nível de concentração e esforço, por estarmos perante um veículo
muito exigente na condução e na capacidade física do piloto e mesmo do
navegador”.
Mas a época além de longa
foi também marcada por alguns momentos atribulados: “2021 foi a temporada
em que realizei mais provas, dez no total, mas que se iniciou da pior maneira,
com um aparatoso acidente com o meu Fiat Punto, no Rali de Serpa em que lhe
destruí toda a frente e alguns (muitos) componentes mecânicos. Dada a violência
do impacto, sofri algumas fissuras nas costelas e uma tendinite no braço
direito que me limitou e muito a minha condução nas provas seguintes”.
O CCR foi o principal “palco
de combate” de Hélder Cordeiro e do seu navegador Bruno Pereira e o 2º lugar no
Grupo X2 “foi algo inesperado, pois a adaptação ao carro não tem sido
fácil. E ainda realça mais o nosso esforço o facto de ter estreado o BMW na 1ª prova
do CCR, o Rali da Bairrada, poucos dias após o acidente e com o corpo em
recuperação. Foi uma prova “esquisita”, não só porque tive que ultrapassar os medos
do acidente de alguns dias antes, bem como o nível de exigência aumentou pois
foi a estreia de um novo veículo com potência diferente, caixa sequencial,
maior velocidade, etc. O objetivo era terminar sem danos físicos e materiais e
assim felizmente aconteceu”.
Em termos de campeonato, o
mesmo incluiu as participações “nos ralis de Castelo Branco, Vouzela,
Vidreiro e Resende em asfalto, sempre em adaptação ao novo veículo, mas notando
uma franca evolução de andamento, realizando de premeio o Rali Alitém, em pisos
de terra, onde infelizmente tive que desistir por avaria do Fiat Punto, ainda
como sequelas do Rali de Serpa”.
Para o fecho do campeonato
estava reservado o melhor bocado. Em Resende, na prova organizada pelo Targa
Clube, a dupla do BMW M3 logrou “chegar ao pódio das 2RM, com um
excelente 3º lugar, vencendo entre os X2 e sendo segundos na Divisão 2 Kumho.
Foi um rali fantástico e onde andamos a fundo!”.
O balanço em termos de CCR
é bastante positivo, até porque Hélder Cordeiro juntou aos resultados no campeonato
o 4º lugar final na Divisão 2 do Desafio Kumho Centro.
E em relação à competição dos
pneus coreanos, o piloto da região oeste afirma que “é um troféu
interessante que faz com que os “pilotos Kumho” troquem impressões e
experiências sobre estes pneumáticos, pressões adequadas, melhores misturas. Possibilita
o acesso a pneumáticos que permitem andamentos muito interessantes, tendo uma relação
qualidade preço muito equilibrada. Além disso, este troféu com os prémios
monetários e em espécie que atribui, fideliza os pilotos e estimula-os a correr
com a marca. Espero apenas que o promotor não desista de apoiar os seus
pilotos, comparecendo nas provas a realizar, prestando a sua inestimável e
importantíssima assistência e conhecimentos na pessoa dos amigos Alfonso e
Acácio”.
2021 trouxe ainda um
momento emocionante para Hélder Cordeiro, mas agora na “pele” de pai orgulhoso:
“foi incrível a emoção que senti no Leiria Rallye Festival. Foi o palco
da estreia do meu filho aos 18 anos de idade neste mundo mágico dos ralis,
compartilhando uma paixão comum, que espero se mantenha nos próximos longos anos”.
Quanto a planos para 2022,
Hélder Cordeiro revela que “a nossa temporada iniciar-se-á com o Rali das
Camélias, sendo que irei, em princípio, fazer algumas provas do Promo e algumas
Start, asfalto e terra, não coincidentes, de preferência, com o CPR, no âmbito
de uma decisão a ser tomada na minha equipa HAC Motorsport”.
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João Raposo
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