É como dizia no final do resumo de hoje. O Dakar tem um poder de atracção muito especial e verdadeiramente generalista. As imagens são como o algodão do anúncio - nunca enganam. Vejam esta foto , que o André Lavadinho acabou de me enviar - Etienne Lavigne, em pleno troço, a tentar ajudar os pilotos da frente que chegaram a estar mais de 10 km para lá do percurso certo.
São estes dias, como o de hoje, meio loucos, de grandes reviravoltas e com o troço a terminar em cima da emissão (ou nem isso), que me dão mais gozo a comentar a prova. Escrever uma história para imagens que nunca vejo não é um problema - é antes um hábito de anos; ir para o ar com uma classificação que se altera quase minuto a minuto, isso sim já é um desafio. Receber scripts na cabine que se intercalam com o que tenho na frente, é arriscar a navegar na duna mais alta do improviso. Por vezes, "penalizo" no timing do final de cada rubrica; outras fica difícil encontrar o "waypoint" da sequência das imagens. Pelo meio dou uns "trambolhões" na construção frásica, mas levanto-me, para me "espalhar" de seguida no domínio do uso do português. Mas o que quero é que lá em casa vivam tudo com a paixão que também sinto. Por estranho que pareça, dou por mim a desejar que nunca haja final de cada edição. Quando esse chega, apetece-me sempre começar de novo.
Há coisas que não se explicam... viciam. Comentar o Dakar talvez seja o maior de todos esses vícios, de tudo o que me cabe fazer no Eurosport. Se me perguntarem porquê, não sei explicar. Como também acho que os que vão à prova, vezes sem conta, depois de terem sofrido as passas do Algarve, também não sabem porque regressam, uma e outra vez. Lá está: vícios... dos bons.
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João Raposo
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