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Mundial - Fórmula 1

CAMPEONATO MUNDO DE FÓRMULA 1 - 2018 - SEGUNDO A FLASH F 1 - GRANDE PRÉMIO DO BRASIL

Terça, 13 Novembro 2018 12:42 | Actualizado em Segunda, 22 Abril 2024 12:28

NO TÍTULO DA MERCEDES E NA VITÓRIA DE HAMILTON
VERSTAPPEN PASSOU DE HERÓI A VILÃO NUM INSTANTE!

A Mercedes alcançou mesmo o quinto título mundial consecutivo de Construtores de Fórmula 1, em cinco épocas desde que se iniciou a era híbrida, em 2014. No Brasil, a Ferrari nunca esteve à altura do que necessitava para levar a discussão do campeonato para a última prova e a Mercedes coroou mesmo a conquista do título de 2018 com uma vitória de Lewis Hamilton que já não esperaria, tal a forma como Max Verstappen dominou a corrida com o Red Bull. Mas um daqueles incidentes em que as corridas são férteis atirou Verstappen para 2.º e catapultou Hamilton para 1.º…

Os números não deixam dúvidas acerca do domínio da marca alemã: 77 vitórias nas 99 corridas até agora disputadas desde o começo da nova regulamentação (77,8%), 50 das quais por Hamilton (50,5%); cinco títulos de pilotos (um para Rosberg) e cinco de marcas. Mesmo se, nestas últimas três provas, a equipa se viu e desejou para concretizar essa fama dominadora, apenas ganhando hoje no Brasil e por contingências de que falaremos mais à frente…

A partida sorriu aos Mercedes pela melhor aderência dos seus pneus supermacios face aos macios dos Ferrari, apossando-se dos dois primeiros lugares. E os Red Bull começavam a mostrar os resultados de terem estado as sessões de treinos livres a trabalhar quase sempre nas condições de corrida, com Ricciardo a recuperar de 11.º a 6.º num piscar de olhos e Verstappen a atacar e passar os Ferrari com surpreendente facilidade, levando até Vettel a cometer um erro, aproveitado por Raikkonen para o passar.

De repente, começava a perceber-se que, apesar de ter um motor menos potente, a Red Bull poderia ter carro para vencer em Interlagos! Em especial pela forma como Verstappen passou Bottas e se aproximou rapidamente de Hamilton. Porque mostrava a diferença na forma como Mercedes e Red Bull tratavam os pneus supermacios que duravam muito mais nestes últimos e estava aqui a sua verdadeira força. Ao ponto de Hamilton ter parado à 20.ª volta para montar os pneus médios e Verstappen continuar em pista dizendo, voltas depois, que os seus supermacios estavam óptimos. E mostrando-o com voltas rápidas!

Quando parou, na 31.ª volta, montou os pneus macios, foi rapidamente «para cima» de Hamilton passando-o e fugindo na liderança! Nada o parecia poder parar, a não ser um estranho desentendimento com um Esteban Ocon que, tendo montado pneus supermacios no Force India, quis recuperar a volta perdida e tentou passar Verstappen. Os dois carros tocaram-se, fizeram pião (Ocon seria penalizado com 10 s de «stop & go»), o Red Bull ficou com danos no chão do carro e Hamilton… achou que o Natal chegara mais cedo, recuperando o comando e ficando com 5,5 s de vantagem.

Tudo isto eram, contudo, péssimas notícias para a Ferrari que, sem ritmo para acompanhar Hamilton ou Verstappen, nem mesmo para se defender de Ricciardo, rapidamente percebeu que o título de Construtores estava entregue aos rivais da Mercedes. Salvou-se a actuação de Raikkonen, mais rápido que Vettel ao ponto de Arrivabene dar ordem para inverterem posições em pista. Foi, de facto, uma prova muito mais discreta do que se esperava por parte da Ferrari, na prova em que tinham de dar tudo por tudo para levarem a luta pelo título para a corrida final…

Apesar de tentarem forçar o ritmo na fase final da prova, os dois pilotos da Red Bull já não conseguiram os seus objectivos: Verstappen recuperar uma vitória que podia ter sido sua, que merecia ter sido sua, pela qualidade de trabalho que fez na preservação dos pneus, mantendo-se sempre como o mais rápido; Ricciardo procurando subir ao pódio e pressionando um Raikkonen, como sempre impávido e sereno a garantir o 3.º lugar com o australiano apenas a meio segundo!

Hamilton cortava a meta como vencedor pela segunda vez na sua carreira do G.P. do Brasil mas a grande festa era da escuderia Mercedes: «Esta equipa trabalhou tão no duro e estes meus últimos seis anos têm sido uma viagem incrível com eles. Todos tentam dar sempre o seu máximo e foi uma honra guiar hoje por eles! Estávamos com alguns problemas de motor mas, com aquele incidente do Max que nem me surpreendeu, porque eu via-os a brigar, consegui passar para a frente».

Max Verstappen estava, obviamente, furioso! «Fizemos tudo bem feito, recuperámos lugares pelo pelotão e, depois, por causa de um idiota que me atirou fora… Não tenho palavras!». Mas ainda arranjou mais algumas: «Foi melhor do que esperava, a equipa deu-me a estratégia mais rápida, com um longo turno com os supermacios. Ainda estou contente com o 2.º lugar, mas hoje tínhamos um grande carro». O seu maior problema foi ter-se encontrado, logo depois, com Ocon nas pesagens e, aí, o holandês perdeu as estribeiras… e a razão, empurrando o francês e quase o agredindo! Ficando de imediato ao abrigo de sanções por parte da FIA, com os comissários a chamar os dois pilotos, por alegada violação do regulamento desportivo (artigo 12.1.1.c) ), por contacto físico com outro competidor!

Esteban Ocon, por seu turno, explicou: «Tinha montado pneus supermacios, há duas voltas que andava arás dele e era muito mais rápido nas rectas. As regras dizem que posso recuperar a volta e foi o que fiz. Fui por fora, o mesmo movimento que fiz com outros pilotos… O que me surpreendeu foi o comportamento do Max nas pesagens! A FIA tem de parar com isto, com este comportamento violento do Max, a empurrar-me a querer esmurrar-me. Isso é inaceitável!».

Christian Horner, director da Red Bull, ainda foi cauteloso nas palavras e ficou-se por um «mas que raio estaria o Ocon a pensar naquela situação, um carro não deve interferir na corrida do líder, não faz qualquer sentido». Mas para os adoradores das teorias da conspiração, Helmut Marko fez-lhes a vontade, dizendo que Ocon fizera de propósito por ter o volante da Mercedes prometido para 2020! Resposta do director da Force India, Otmar Szafnauer: «Essas teorias da conspiração são uma parvoíce! O Esteban perguntou-nos se podia recuperar a volta porque estava mais rápido e nós dissemos-lhe que sim, tínhamos uma vantagem com os pneus, éramos mais rápidos 1 s por volta. Foi ele que nos perguntou, não tinha a certeza e fomos nós que dissemos que sim!».

Na sala pré-pódio, Max Verstappen contava a sua desventura e Hamilton lembrou-o apenas: «Sabes que ele tem o direito de se ‘desdobrar’, não sabes? E tu tinhas mais a perder, tinhas tudo na mão…». Na conferência, Max responderia a estas palavras: «É fácil dizer que eu tenho mais a perder que ele, mas um carro mais lento não pode interferir na decisão de uma vitória. Hoje a minha penalização foi ter perdido uma vitória certa!». É um facto. É também mais um ensinamento no processo de crescimento por que está ainda a passar… «Até pode ser que daqui a 15 anos me ria disto». Provavelmente. Desde que pare com as reacções intempestivas e inaceitáveis que teve depois da corrida…

Na corrida propriamente dita, Kimi Raikkonen esteve brilhante com o Ferrari, vários furos acima de Vettel e conseguiu coroar com um pódio o seu 150.º Grande Prémio, mesmo batendo Daniel Ricciardo por apenas meio segundo. Valtteri Bottas (Mercedes) e Sebastian Vettel (Ferrari) acabaram por ser «apagados» pelo que os seus companheiros de equipa fizeram em pista. Terminar dentro dos seis primeiros é… serviços mínimos! «Foi uma tarde difícil, não foi boa para nós. A minha corrida começou mal e acabou mal, basicamente não fomos suficientemente rápidos, não há muito mais a dizer», comentou o alemão da Scuderia.

Charles Leclerc (Sauber) fez mais uma corrida sólida e solitária, ficando a apenas 17 s do seu futuro colega de equipa, enquanto os Haas também tiveram uma prova «limpa» e acabaram quase em formação, à frente do único Force India a pontuar, o de Perez. Os Renault tiveram uma passagem para esquecer pelo Brasil, mas o 4.º lugar no Mundial de Construtores já não fugirá à equipa quase de certeza… Dentro de duas semanas, o Mundial de F1 de 2018 termina no circuito de Yas Marina, no G.P. do Abu Dhabi. Oito meses depois de Melbourne, acabará uma longa e cansativa temporada!


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