Modelo equipado com um motor com 8 cilindros em linha, com 5 litros de capacidade e um compressor que elevava a potência para uns (na época) impressionantes 225 cv.
O carro foi partilhado por Pierre Veyron e Roger Labric, acabando por desistir cedo com apenas 73 voltas percorridas, devido à quebra de um quadrante. Regressariam no ano seguinte, com um carro praticamente igual (incluindo o número 2) para percorrer 116 voltas antes de voltarem a desistir.
Mas era uma grande equipa e um belo carro.
Para a história, o grande Pierre Veyron era piloto de testes da marca de Molsheim e já trazia a fama de ter vencido por duas vezes o GP de Avus em Berlim e o GP de Genéve, na Suíça. Antes da guerra, em 1939, ainda iria partilhar a vitória nas 24 Horas de Le Mans com outro grande piloto da marca, Jean-Pierre Wimille. Durante a guerra, ambos voltariam a encontrar-se, combatendo os nazis na resistência francesa.
Quanto ao relativamente desconhecido Robert Labric, trata-se de outro personagem extraordinário que passou sempre ao lado da fama: combateu na aviação durante a Grande Guerra, depois foi ciclista, piloto de competição, jornalista, romancista e historiador.
Como piloto, esteve perto dos triunfos da Bugatti dos anos 30, tendo corrido pela Bugatti em Le Mans entre 1931 e 1937, quando inscreveu mesmo o carro vencedor
Após a guerra, escreveu inúmeros livros sobre aviação e competição automóvel, incluindo o clássico "Les 24 Heures du Mans - Histoire d'une grande bataille pacifique et sportive" em 1949 (com desenhos de Géo Ham), a biografia de Robert Benoist (outro grande campeão da Bugatti que fez parte da resistência e seria assassinado pelos nazis) e ainda o "Memoires d'un Avion de Combat" sobre a sua experiência na Grande Guerra.
Isto a propósito da geração de pilotos da Bugatti dos anos 20 e 30, gente extraordinária que não cessa de me admirar, muito diferente dos diletantes "Bentley Boys" seus contemporâneos e rivais.