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MOTOS - VOLTA AO MUNDO COM FRANCISCO SANDE E CASTRO - NO EQUADOR A PASSAR PARA O PERU - AMERICA DO SUL

Sábado, 11 Novembro 2017 13:10 | Actualizado em Sexta, 19 Abril 2024 05:21

Só saí de Baños à uma da tarde porque estive de manhã a tentar resolver um problema que tinha com o meu servidor de correio.

Segui em direção à fronteira com o Peru através das boas estradas de montanha do Ecuador. O país tem estradas muito melhores que a dos vizinhos Colômbia e Peru mas há quinze dias foi preso o vice presidente porque se descobriu que recebia luvas da Brasileira Oderbrecht para lhes dar os contratos de construção das estradas, e não só. Dizem que os preços eram muito inflacionados e que o país ficou muito endividado com a operação. Onde é que eu já vi isto?
Pelas cinco e meia da tarde encontrei um Hotel que tinha sido construído recentemente numa pequena vila de província, Cumandá.
Pedi à encarregada se me arranjava uma sopa para jantar e ele fez-me uma de legumes que não estava má.
Umas centenas de quilómetros antes de chegarmos à fronteira com o Peru começamos a atravessar uma enorme planície com plantações de bananas umas a seguir às outras, com quilómetros e quilómetros de extensão. Impressionante. Fiquei a perceber porque os Equatorianos e os Colombianos acrescentam banana frita a qualquer prato que cozinhem. 
A passagem na Fronteira foi demorada. Estava uma enorme fila para carimbar o Passaporte e decidi ir almoçar para ver se diminuía. De facto depois do almoço estava mais curta mas ainda lá passei uma boa hora, com mais um quarto de hora para tratar dos papéis da moto e seguro.
Quando entrei no Peru já eram quatro da tarde mas decidi ir até a uma praia que a minha filha, que aqui viveu, me tinha recomendado, Mancorá.
No Peru os políticos não devem ter feito negocio com os homens da Oderbrecht porque as estradas, pelo menos no Norte do país, estão em mau estado, com buracos grandes que surgem inesperadamente nesta Pan Americana, que atravessa o país de Norte a Sul e tem bastante movimento de camiões. Nem sequer se vê ninguém a repara-los.
Mancora é uma pequena cidade de praia, com bastante turismo. Instalei-me num Hotel perto da praia e jantei a melhor Lasanha de Camarão que alguma vez comi, num restaurante da cidade onde entrei pela decoração e por terem um sinal à porta a anunciar um forno de lenha.
O dia seguinte nasceu de sol e decidi ficar por ali. Passei o dia na praia, a ler e a dormir entre optimos banhos de mar. Almocei por lá, no restaurante de um hotel no areal.



Baños


Baños fica na serra, mais perto de Quito que de Guayaquil. Por isso viajei nesse dia para nordeste, parte do dia através de serra. Como a maioria das estradas no Equador estão em bom estado é giríssimo percorrer estas serras na Cross Tourer, que, com os pneus novos, está a curvar bem embora se note a perca de potencia quando andamos a mais de 2000 metros, como foi mais uma vez o caso.
Baños é uma zona turística que aproveita bem a fantástica natureza de montanha com rios de grandes caudais e várias cascatas. Passei lá duas noites para no dia em que lá estive poder visitar os locais mais emblemáticos. Assim, da parte da manhã subi parte de um vulcão até uma zona onde construíram uma pequena casa numa árvore e, à volta, vários entretimentos, desde baloiços onde se baloiça sobre um precipício ou alguns slides que descem a montanha. Mais uma vez não consegui ver o glaciar deste vulcão que atinge mais de seis mil metros de altura porque o tempo estava enublado.
Da parte da tarde visitei uma cascata fantástica onde se chega depois de um percurso de uns vinte minutos a pé. Esta cascata do “Pailon del Diablo” tem tanta força que quando há uns anos ali construíram uma barragem para produção de electricidade, uma semana antes da inauguração a força da água arrastou a barragem rio abaixo e desistiram da ideia. A produção hidroeléctrica no Equador tem vindo a crescer muito nos últimos anos e o país pretende até 2022 só produzir energia eléctrica limpa.
Nesta cascata do “Pailon del Diablo” passa-se através de umas grutas muito baixas, em que temos que andar de cócoras, até uma zona em que ficamos praticamente por de trás da cascata, o que é espectacular.
Quando de ali saí fiquei a almoçar numa tasca que havia perto da entrada que tinha uma única mesa e onde a simpática dona me fez uma optima empada de queijo que acompanhei de batatas e banana frita, coisa que eles não dispensam em quase todos os pratos.
De volta à vila de Baños ainda parei junto a uma enorme garganta formada pelo rio, com outra cascata do lado oposto e entrei com um grupo de Canadianos numa balsa metálica suspensa por uns cabos que atravessa este profundo canhão a uma altura de mais de cem metros. A geringonça, alimentada por um velho motor diesel, tem um ar velho e pouco fiável mas funciona há anos sem acidentes.
No dia seguinte deixei Baños e parti para Sul, a caminho do Peru.  
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