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COMÉRCIO&INDUSTRIA - MAZDA E O ESPIRITO D MUKAINADA

Sexta, 23 Julho 2021 14:57 | Actualizado em Terça, 19 Março 2024 18:38

A Mazda e o “espírito de Mukainada”: uma história de superaçãopartilhadas que criam vínculos especiais. A palavra “Hiroshima” está intimamente ligada ao devastador episódio do lançamento da primeira bomba atómica, aquando do segundo conflito bélico global. Desde então, a cidade mudou radicalmente, mas esse passado permanece omnipresente no seu povo e nas suas empresas, num exemplo conjunto de como é possível ultrapassar os imprevistos em tempos difíceis, como os que se vivem na actualidade.

Em 1929, Hiroshima era a 7ª maior cidade do Japão, com os seus mais de 270.000 habitantes. Na época, a Toyo Kogyo, fabricante de materiais derivados da cortiça, fundada em 1920, preparava-se readaptar a sua actividade à indústria automóvel. Sob a direcção do seu Presidente, Jujiro Matsuda, iniciava-se, em 1931, a produção em massa do Mazda-Go, um pequeno veículo comercial de três rodas.

Foi o primeiro veículo da ainda jovem companhia japonesa, tornando-se num grande sucesso, antecipando o que poderia ser um próspero futuro. Para o efeito, Matsuda fez um juramento sobre o logotipo da Toyo Kogyo, que haveria sempre de acompanhar os empregados da Mazda, o de “contribuir para o mundo através da fabricação”. A avançada tecnologia da siderurgia surgiu em Hiroshima nos domínios da construção naval e automóvel, levando a empresa a mudar o seu core business da cortiça para os veículos automóveis.

O dia em que o mundo mudou…

E eis-nos chegados a 6 de agosto de 1945, dia em que Jujiro Matsuda cumpria o seu 70º aniversário. Como habitualmente, segundo um costume japonês, levantou-se cedo para ir cortar o cabelo, chegando à sua barbearia habitual na mesma altura que outro cliente. Mas Matsuda impôs a sua tenacidade e ficou com o primeiro corte do dia. Eram, então, 7h30 da manhã, altura em que o bombardeiro Enola Gay B-29 voava rumo ao centro da cidade.

Foi um corte rápido, pelo que, no espaço de meia hora, Matsuda já seguia no seu carro a caminho do trabalho, quando às 8h16 a terrível bomba nuclear “Little Boy” atingia Hiroshima, largada do avião da força aérea americana, causando um nível de devastação nunca antes observado.

Felizmente, Matsuda encontrava-se já suficientemente afastado da zona crítica, ainda que o seu carro tenha sido projectado da estrada pela força das ondas de choque que se seguiram ao impacto. Ele sobreviveria, mas perderia o seu filho mais novo, num dia de incomparável sofrimento e devastação, em que morreram milhares de compatriotas e cujo rescaldo ainda hoje se encontra latente na cidade e na história mundial.

Olhar em frente, mas sem negar ou esquecer o passado

Em face de tal provação, seria perfeitamente compreensível para qualquer comunidade cair numa profunda depressão, no entanto, esse não foi o caso nem de Hiroshima nem da Mazda, muito pelo contrário. No seu livro “Hiroshima”, o escritor John Hersey descreve a atmosfera da cidade um ano após a queda da bomba como “um espírito comunitário quase eufórico, semelhante ao dos londrinos após os bombardeios alemães, um sentimento de orgulho no modo como eles e os restantes sobreviventes ultrapassaram essa horrível situação”. Após o golpe inicial surgiu o espírito de união, de não desistir, de fazer todos os esforços inimagináveis para extrair todo o melhor da pior situação possível. Olhar para a frente, mas sem negar ou esquecer o passado.

A história, a tradição e o futuro da Mazda e de Hiroshima ficaram, assim, íntima e eternamente ligadas, surgindo na Mazda a referência “espírito de Mukainada”, em honra do distrito da cidade em que a empresa foi fundada. Situada a alguns quilómetros do local de impacto da bomba e protegida pelo Monte Hijiyama, os danos aos seus edifícios não foram tão severos como os sentidos em grande parte da cidade, pelo que a Mazda, ainda que sofrendo pesadas perdas, impôs-se, de imediato, a responsabilidade de contribuir na prestação dos primeiros socorros e no processo de reconstrução.

Os funcionários começaram a distribuir suprimentos médicos e a criar centros de atendimento para facilitar a reunião das famílias, ao mesmo tempo que colocou os seus Mazda-GO nos esforços de remoção de escombros. As fábricas foram convertidas em abrigos para pessoas que perderam as suas casas, em hospitais de campanha e até em escritórios para o governo local e para os órgãos de comunicação nacionais. Se a Mazda nasceu do espírito da região de Hiroshima, poderia agora retribuir e motivar todas as pessoas que necessitavam de uma esperança de futuro.

Qual fénix renascida das cinzas…

Apenas quatro meses passados sobre essa devastadora realidade, tudo estava pronto para que se pudesse retomar a produção do Mazda-GO. Para o povo de Hiroshima, a recuperação de Mazda foi um sinal decisivo no ressurgimento da cidade, urbe que, à imagem de uma fénix, renasceu das suas cinzas. Os destinos ficavam, assim, interligados até ao presente.

Todos esses esforços fundem nas suas raízes as mesmas ideias que sempre alimentaram a história da Mazda ao longo do último século. O “espírito de Mukainada” – a vontade de fazer as coisas de uma forma diferente, sem nunca desistir e sempre em busca do excepcional – remonta aos primórdios da empresa cuja actividade inicial assentava na transformação da cortiça. Da mesma forma, manteve-se presente nos diferentes e inovadores desenvolvimentos operados na indústria automóvel, com a reinvenção do motor rotativo, a vitória nas 24 horas de Le Mans, a engenharia de baixo peso, os registos do icónico roadster Mazda MX-5 no ‘Guinness Book of Records’, a recente revolução operada pelo motor Skyactiv-X e uma infinidade de distinções de design, de fiabilidade e de segurança.

É o mesmo modo como Hiroshima enfrenta os seus desafios, sendo que qualquer situação é percebida como um convite para se melhorar as coisas. Tudo isso decorre desse espírito, hoje mais do que nunca necessário e que continuará a moldar o futuro da Mazda.

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