A TAP baptizou hoje de manhã, um dos seus novos Airbus com o nome Zé Pedro. Ao ver a foto do pássaro, a memória transportou-me a Montreal, ao ano de 1990. Era Outubro e já fazia frio. Estava na cidade do Quebec para assistir à corrida do WSC. No dia seguinte à prova, regressei a Portugal. Aeroporto de Mirabel (que já não existe para tráfego de passageiros). Havia uns autocarros que se elevavam até às portas dos aviões e nos levavam desde os dois terminais-gémeos. Estou sentado. Ao meu lado, um casal de emigrantes portugueses, na casa dos 40 e muitos/50 e poucos. De repente, entram os Xutos, naquela que se pode dizer era uma das suas fases mais excêntricas em termos de aspecto, de visual. Vinham de uma longa digressão por essas terras. A minha vizinha fita-os. Percebe que são portugueses e num misto de espanto e reprovação, abana a cabeça e diz para o marido, mas alto e bom som: “Manel, se é para isto que volto à minha terra após 20 anos, não quero ir!”. Zé Pedro ouve. Pára a curta caminhada. Dirige-se à senhora e tranquiliza-a com um fantástico “pontapé linguístico”: “esteja descansada, nós não mordemos. Só cantamos”. E do nada, a banda, ainda com o Gui, canta a “Nossa Casinha” à capela, para gáudio de poucos e o espanto de quase todos.
Acho que Montreal é das cidades em que as corridas me deram melhores memórias.
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João Raposo
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