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DIVERSOS - HOJE CONVERSAMOS COM JOÃO DIOGO SANTOS - UMA GRANDE ESPERANÇA NA MONTANHA

Quarta, 17 Março 2021 06:09 | Actualizado em Quarta, 20 Março 2024 22:49

HOJE CONVERSAMOS

 

JOÃO DIOGO -. UMA GRANDE “ESPERANÇA” NA MONTANHA

 

“Como católico, costumo entregar-me ao meu Deus, palavras de João Diogo Santos

 

Foi um dos grandes protagonistas no Campeonato Portugal de Montanha na  época de 2019, onde acabou por se sagrar Campeão na sua categoria, depois duma acesa luta.  E mais tarde seria galardoado pela equipa do www.velocidadeonline, com o prémio Revelação. De seu nome João Santos, natural de Amarante, foi uma das esperanças na Montanha, que infelizmente em 202 nada fez, como nos começou por explicar nesta conversa “A época de 2020 foi, infelizmente, de inactividade desportiva, mesmo se a possibilidade de participar no Troféu C1 foi uma realidade. O impacto de toda esta pandemia acabou por inviabilizar, também, outros projectos.” A escolha da Montanha para João Santos tem uma forte razão como nos disse “Sendo um confesso adepto das provas de estrada, concretamente dos Ralis, não escondo que a vontade em participar nesta modalidade sempre foi o meu objectivo. Todavia, os custos elevados e a intensa actividade profissional a que me dedico, não me permitiram ingressar ainda neste tipo de prova. Deste modo, encarei outras possibilidades, tendo a minha estreia na competição como condutor, ocorrido nas 6 Horas de Resistência de Braga, em 2017. Posteriormente, a Montanha surgiu como uma modalidade aliciante, na medida em que era mais acessível economicamente, e obrigava a que o ritmo imposto tivesse de ser sempre muito elevado, o que me agradou. As provas de montanha acabam por se assemelhar a classificativas de Ralis de curta extensão, e, também por isso, penso ser a modalidade em que mais faz sentido participar. Além disso, é grande a promoção nos meios de comunicação social, e esse facto auxilia qualquer piloto que pretenda divulgar as marcas dos seus patrocinadores.” Com um ano  de paragem quisemos saber o que está previsto para 2021, “Neste período muito crítico derivado da pandemia que vivemos, é realmente difícil prever o que possa acontecer. Assim, entendo que faz sentido realizar o maior número de provas possíveis, dentro do cumprimento de todas as normas de saúde e segurança previstas.”

 

Antes de entrar para o carro respeita algum ritual, o que depois de sorrir exclamou “Como católico, costumo entregar-me ao meu Deus. ”E naqueles minutos que antecedem mais uma subia “É um momento delicado em que estou muito focado e concentrado, e totalmente abstraído do que está à minha volta. Tento estar sempre sereno e confiante na busca da melhor prestação possível.”

 

Sobre o que acha da politica da FPAK sob os desígnios de Ni Amorim, acha que tem sido feito um bom trabalho? Quais  as criticas construtivas a fazer a esse mesmo trabalho, o que depois de pensar um pouco disse-nos logo “ bem, estes são  tempos de grandes desafios e mudanças, e o desporto automóvel não é excepção.  É de salientar positivamente a postura dialogante com os pilotos, havendo ainda algum trabalho a realizar na simplificação da regulamentação e das classificações. Contudo, é premente a inexistência de uma verdadeira fórmula de iniciação de baixo custo, promovida pela própria FPAK. Esta é uma situação que se vem arrastando ao longo de diversas direcções, e depois do fim de variados troféus monomarca, não existe uma orientação para os jovens pilotos – onde me incluo – com custos controlados e prémios aliciantes. O que pode ter mudado no automobilismo que deixou de emanar a atenção das marcas? E porque motivo a competição deixou de ser esse importante veículo de divulgação e promoção? São questões merecedoras de análise…Uma competição como o Challenge 1000 deveria ter sido apoiada directamente  pela Federação, ao estilo do que se faz, por exemplo, em França, onde existem diversos cursos de formação e competições que são apoiadas. É uma situação que, em caso limite, não permitirá a natural renovação do desporto automóvel português.”

 

Voltando ao Fiat Punto que conduziu no Campeonato Portugal de Montanha, já alguma vez chegou ao seu limite, e se nessa altura é fácil de “ir” buscar o mesmo, o que sem perder tempo disse “Procuro sempre proteger-me e ser muito seguro na minha condução, pois normalmente os acidentes acontecem quando se está a andar acima de um determinado limite. Contudo, no desporto automóvel o risco é permanente, e uma infelicidade poderá ocorrer. Numa ou outra situação em 2019 terei andado bem próximo do limite, mesmo se até nem teria de o fazer, mais por prazer pessoal e com o intuito de explorar os meus próprios limites. Algumas situações houve em que passei por apuros, como por exemplo na Rampa do Caramulo, em que por força de um andamento bastante ofensivo, senti a traseira do Fiat Punto a escorregar repentinamente, e nesse caso procurei corrigir imediatamente a trajectória, limitando os danos. Mas é sempre difícil dizer o que se pode fazer numa situação desse tipo, pois tudo acontece muito depressa.”

 

Sobre a sua equipa falou-nos um pouco “A assistência do Fiat Punto 85 Sport está a cargo da oficina Auto 2020, em Amarante, na pessoa do Sr. Orlando Teixeira, um técnico que já trabalhou com pilotos como António Jorge, Miguel Campos ou Bernardo Sousa. Criamos uma família e sei que, mais por amizade do que por qualquer outro motivo, é uma equipa empenhada e sem a qual não teria sido possível levar a cabo as minhas participações. E já foram várias as vezes em que me socorreram…Como costumo dizer, somos uma equipa “profissionalmente amadora”, pois é fora do horário de expediente que nos dedicamos às corridas. É com muito afinco e brio que trabalhamos, e debelamos algumas condições de menor monta .Por fim, não poderei esquecer a forte preponderância que o meu pai também assume, já que em termos logísticos, operacionais e humanos, é imprescindível.”

 

Como é que chegou às corridas? Fale-nos um pouco de forma resumida como começou e deu  os passos que deu até aos dias de hoje, levando o nosso entrevistado de hoje  a pensar um pouco dizendo “Desde a infância que sou um grande fã do desporto automóvel, situação à qual não é alheio o facto da região de Amarante ser uma grande referência automobilística, nomeadamente com a realização do Rali de Portugal. Sendo o meu pai piloto, penso que foi com naturalidade que assumi o objectivo, de, um dia, também o ser. O desporto automóvel sempre esteve presente na minha vida de alguma forma, tendo já feito um pouco de tudo. Como praticante, e depois de ter realizado alguns Ralis de Regularidade, como navegador, entre os anos de 2013 e 2016, em 2017 surgiu a possibilidade de realizar as 6 Horas de Braga, com três amigos, entre os quais, o Pedro Cerqueira da Silva, a quem o Fiat Punto 85 Sport ainda pertencia. A ele devo esta iniciação e oportunidade, a que posteriormente dei seguimento, em 2018 e 2019, no Campeonato de Portugal de Montanha, com resultados que muito me orgulham.” Sobre os patrocinadores, e que sem, eles nada se faz, João Santos referiu-nos “Neste capítulo, não poderia deixar de referir o apoio do Município de Amarante, acima de tudo por ser uma honra e privilégio poder ostentar a “bandeira” da minha cidade. Da mesma forma, outros se revelaram muito importantes, como a Oficina Auto 2020 e a Quinta da Levada, com a sua produção vitivinícola referencial na região. Refiro ainda a Confeitaria da Ponte, que é uma marca regional a nível da doçaria conventual. Destaco também a Auto Peças do Salto, a Emme-My Kitchen e a Cascais Bike Race, que numa fase crucial da temporada de 2019 demonstraram o seu apoio ao nosso projecto. Refiro ainda o apoio do concessionário FIAT C.A.M., das Oficinas Balça, da Marantauto e da CSP Publicidade. A ênfase final vai para a M2S Construções, que se trata de um novo e, espero que duradouro, parceiro.” Aumentar o numero de patrocinadores, estará nos horizontes de João Diogo Santos, o que logo replicou “As perspectivas não são animadoras, devido à grande crise e às dificuldades que enfrentamos. Mas irei naturalmente tentar montar um projecto mínimo de participações, na certeza que só o farei com as devidas condições.”

 

Mudando um pouco de tema, acha que a actual divulgação do nosso automobilismo em Portugal em termos de televisão melhorou ? Qual a sua opinião, e quais as principais falhas, e o que sugere para colmatar essas mesmas falhas,  dizendo logo, sem perder grande tempo “ Inequivocamente que melhorou imenso, e esse é também um mérito da própria Federação. É ainda de louvar que cada campeonato possa ter um destaque significativo em reportagens televisivas  !Em 2019, o nosso Fiat Punto surgiu em cerca de 10 minutos nos diversos espaços televisivos, o que é muito reconfortante para pilotos, público e patrocinadores.”

 

O que pensa sobre as medidas de segurança existes nas provas de Montanha, Velocidade e outras, assim como a segurança pessoal, entende que é preciso mais, o que depois de reflectir um pouco disse-nos “Apenas poderei falar da Montanha, que me diz directamente respeito. Como sabemos, o automobilismo apresenta riscos, e os acidentes podem acontecer nas situações mais inesperadas.  De uma forma geral, considero as Rampas portugueses seguras, mas esse é um trabalho contínuo e que nunca está finalizado, sobretudo com a inserção dos fórmulas em provas de Montanha.  Ao nível do equipamento de segurança, a adopção do sistema HANS colmatou uma lacuna até então existente. Este equipamento é reconhecidamente de imprescindível importância.”

 

Para a época que se aproxima está previsto algumas evoluções no seu carro, “Se vier a participar em alguma prova este ano será com o Fiat Punto 85 Sport, eventualmente numa ou outra prova de Velocidade ou Montanha. Tudo dependerá, como sempre, da minha disponibilidade e dos apoios até então angariados. Não estão previstas quaisquer evoluções no Fiat Punto, a não ser uma revisão completa de todos os componentes.”

 

ENTREVISTA DE JOÃO RAPOSO

 

 

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