HOJE CONVERSAMOS
JOÃO DIOGO -. UMA GRANDE “ESPERANÇA” NA MONTANHA
“Como católico, costumo entregar-me ao meu Deus,
palavras de João Diogo Santos
Foi um dos grandes protagonistas no Campeonato Portugal de Montanha
na época de 2019, onde acabou por se
sagrar Campeão na sua categoria, depois duma acesa luta. E mais tarde seria galardoado pela equipa do www.velocidadeonline, com o prémio
Revelação. De seu nome João Santos, natural de Amarante, foi uma das
esperanças na Montanha, que infelizmente em 202 nada fez, como nos começou por
explicar nesta conversa “A época de 2020 foi, infelizmente, de inactividade
desportiva, mesmo se a possibilidade de participar no Troféu C1 foi uma
realidade. O impacto de toda esta pandemia acabou por inviabilizar, também,
outros projectos.” A escolha da Montanha para João Santos tem uma forte
razão como nos disse “Sendo um confesso adepto das provas de estrada,
concretamente dos Ralis, não escondo que a vontade em participar nesta
modalidade sempre foi o meu objectivo. Todavia, os custos elevados e a intensa
actividade profissional a que me dedico, não me permitiram ingressar ainda
neste tipo de prova. Deste modo, encarei outras possibilidades, tendo a minha estreia
na competição como condutor, ocorrido nas 6 Horas de Resistência de Braga, em
2017. Posteriormente, a Montanha surgiu como uma modalidade aliciante, na
medida em que era mais acessível economicamente, e obrigava a que o ritmo
imposto tivesse de ser sempre muito elevado, o que me agradou. As provas de
montanha acabam por se assemelhar a classificativas de Ralis de curta extensão,
e, também por isso, penso ser a modalidade em que mais faz sentido participar.
Além disso, é grande a promoção nos meios de comunicação social, e esse facto
auxilia qualquer piloto que pretenda divulgar as marcas dos seus
patrocinadores.” Com um ano de
paragem quisemos saber o que está previsto para 2021, “Neste período muito
crítico derivado da pandemia que vivemos, é realmente difícil prever o que possa
acontecer. Assim, entendo que faz sentido realizar o maior número de provas
possíveis, dentro do cumprimento de todas as normas de saúde e segurança
previstas.”
Antes de entrar para o carro respeita algum ritual, o que depois de sorrir
exclamou “Como católico, costumo entregar-me ao meu Deus. ”E naqueles minutos
que antecedem mais uma subia “É um momento delicado em que estou muito
focado e concentrado, e totalmente abstraído do que está à minha volta. Tento
estar sempre sereno e confiante na busca da melhor prestação possível.”
Sobre o que acha da politica da FPAK sob os desígnios de Ni Amorim, acha
que tem sido feito um bom trabalho? Quais as criticas construtivas a fazer a esse mesmo
trabalho, o que depois de pensar um pouco disse-nos logo “ bem, estes são tempos de grandes desafios e mudanças, e o
desporto automóvel não é excepção. É de
salientar positivamente a postura dialogante com os pilotos, havendo ainda
algum trabalho a realizar na simplificação da regulamentação e das
classificações. Contudo, é premente a inexistência de uma verdadeira fórmula de
iniciação de baixo custo, promovida pela própria FPAK. Esta é uma situação que
se vem arrastando ao longo de diversas direcções, e depois do fim de variados
troféus monomarca, não existe uma orientação para os jovens pilotos – onde me
incluo – com custos controlados e prémios aliciantes. O que pode ter mudado no
automobilismo que deixou de emanar a atenção das marcas? E porque motivo a
competição deixou de ser esse importante veículo de divulgação e promoção? São
questões merecedoras de análise…Uma competição como o Challenge 1000 deveria
ter sido apoiada directamente pela
Federação, ao estilo do que se faz, por exemplo, em França, onde existem
diversos cursos de formação e competições que são apoiadas. É uma situação que,
em caso limite, não permitirá a natural renovação do desporto automóvel
português.”
Voltando ao Fiat Punto que conduziu no Campeonato Portugal de Montanha, já
alguma vez chegou ao seu limite, e se nessa altura é fácil de “ir” buscar o
mesmo, o que sem perder tempo disse “Procuro sempre proteger-me e ser muito
seguro na minha condução, pois normalmente os acidentes acontecem quando se
está a andar acima de um determinado limite. Contudo, no desporto automóvel o
risco é permanente, e uma infelicidade poderá ocorrer. Numa ou outra situação
em 2019 terei andado bem próximo do limite, mesmo se até nem teria de o fazer,
mais por prazer pessoal e com o intuito de explorar os meus próprios limites. Algumas
situações houve em que passei por apuros, como por exemplo na Rampa do
Caramulo, em que por força de um andamento bastante ofensivo, senti a traseira
do Fiat Punto a escorregar repentinamente, e nesse caso procurei corrigir
imediatamente a trajectória, limitando os danos. Mas é sempre difícil dizer o
que se pode fazer numa situação desse tipo, pois tudo acontece muito depressa.”
Sobre a sua equipa falou-nos um pouco “A assistência do Fiat Punto 85
Sport está a cargo da oficina Auto 2020, em Amarante, na pessoa do Sr.
Orlando Teixeira, um técnico que já trabalhou com pilotos como António Jorge,
Miguel Campos ou Bernardo Sousa. Criamos uma família e sei que, mais por
amizade do que por qualquer outro motivo, é uma equipa empenhada e sem a qual
não teria sido possível levar a cabo as minhas participações. E já foram várias
as vezes em que me socorreram…Como costumo dizer, somos uma equipa
“profissionalmente amadora”, pois é fora do horário de expediente que nos
dedicamos às corridas. É com muito afinco e brio que trabalhamos, e debelamos
algumas condições de menor monta .Por fim, não poderei esquecer a forte
preponderância que o meu pai também assume, já que em termos logísticos,
operacionais e humanos, é imprescindível.”
Como é que chegou às corridas? Fale-nos um pouco de forma resumida como
começou e deu os passos que deu até aos
dias de hoje, levando o nosso entrevistado de hoje a pensar um pouco dizendo “Desde a infância
que sou um grande fã do desporto automóvel, situação à qual não é alheio o
facto da região de Amarante ser uma grande referência automobilística,
nomeadamente com a realização do Rali de Portugal. Sendo o meu pai piloto,
penso que foi com naturalidade que assumi o objectivo, de, um dia, também o
ser. O desporto automóvel sempre esteve presente na minha vida de alguma forma,
tendo já feito um pouco de tudo. Como praticante, e depois de ter realizado
alguns Ralis de Regularidade, como navegador, entre os anos de 2013 e 2016, em
2017 surgiu a possibilidade de realizar as 6 Horas de Braga, com três amigos,
entre os quais, o Pedro Cerqueira da Silva, a quem o Fiat Punto 85 Sport ainda
pertencia. A ele devo esta iniciação e oportunidade, a que posteriormente dei
seguimento, em 2018 e 2019, no Campeonato de Portugal de Montanha, com
resultados que muito me orgulham.” Sobre os patrocinadores, e que sem, eles
nada se faz, João Santos referiu-nos “Neste capítulo, não poderia deixar de
referir o apoio do Município de Amarante, acima de tudo por ser uma honra e
privilégio poder ostentar a “bandeira” da minha cidade. Da mesma forma, outros
se revelaram muito importantes, como a Oficina Auto 2020 e a Quinta
da Levada, com a sua produção vitivinícola referencial na região. Refiro
ainda a Confeitaria da Ponte, que é uma marca regional a nível da
doçaria conventual. Destaco também a Auto Peças do Salto, a Emme-My
Kitchen e a Cascais Bike Race, que numa fase crucial da temporada de
2019 demonstraram o seu apoio ao nosso projecto. Refiro ainda o apoio do
concessionário FIAT C.A.M., das Oficinas Balça, da Marantauto e
da CSP Publicidade. A ênfase final vai para a M2S Construções,
que se trata de um novo e, espero que duradouro, parceiro.” Aumentar o
numero de patrocinadores, estará nos horizontes de João Diogo Santos, o
que logo replicou “As perspectivas não são animadoras, devido à grande crise
e às dificuldades que enfrentamos. Mas irei naturalmente tentar montar um
projecto mínimo de participações, na certeza que só o farei com as devidas
condições.”
Mudando um pouco de tema, acha que a actual divulgação do nosso automobilismo
em Portugal em termos de televisão melhorou ? Qual a sua opinião, e quais as
principais falhas, e o que sugere para colmatar essas mesmas falhas, dizendo logo, sem perder grande tempo “ Inequivocamente
que melhorou imenso, e esse é também um mérito da própria Federação. É ainda de
louvar que cada campeonato possa ter um destaque significativo em reportagens
televisivas !Em 2019, o nosso Fiat Punto
surgiu em cerca de 10 minutos nos diversos espaços televisivos, o que é muito
reconfortante para pilotos, público e patrocinadores.”
O que pensa sobre as medidas de segurança existes nas provas de Montanha,
Velocidade e outras, assim como a segurança pessoal, entende que é preciso
mais, o que depois de reflectir um pouco disse-nos “Apenas poderei falar da
Montanha, que me diz directamente respeito. Como sabemos, o automobilismo
apresenta riscos, e os acidentes podem acontecer nas situações mais
inesperadas. De uma forma geral,
considero as Rampas portugueses seguras, mas esse é um trabalho contínuo e que
nunca está finalizado, sobretudo com a inserção dos fórmulas em provas de
Montanha. Ao nível do equipamento de
segurança, a adopção do sistema HANS colmatou uma lacuna até então existente.
Este equipamento é reconhecidamente de imprescindível importância.”
Para a época que se aproxima está previsto algumas evoluções no seu carro, “Se
vier a participar em alguma prova este ano será com o Fiat Punto 85 Sport,
eventualmente numa ou outra prova de Velocidade ou Montanha. Tudo dependerá,
como sempre, da minha disponibilidade e dos apoios até então angariados. Não
estão previstas quaisquer evoluções no Fiat Punto, a não ser uma revisão
completa de todos os componentes.”
ENTREVISTA DE JOÃO RAPOSO
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João Raposo
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