HOJE CONVERSAMOS
PEDRO MONTSERRATE
“São os ralis, porque sou verdadeiramente apaixonado pela disciplina”, palavras
ao www.velocidadeonline.com
Na nossa rubrica hoje conversamos, trazemos até à nossa
página mais uma figura que tal como outros fotógrafos e jornalistas estão no
anonimato, e assim para mostrar um pouco de quem fotografa nas provas portugueses, hoje trazemos mais um convidado
originário de Leiria, que não está assim há tanto tempo a fotografar provas de
automobilismo nas diferentes disciplinas. Assim para dar início à nossa
entrevista de hoje, começamos por perguntar ao nosso entrevista para nos falar
um pouco dele, o que logo nos disse “Eu sou o Pedro, sou de Leiria, a
fotografia faz parte da minha vida desde que me conheço, tendo terminado a
minha formação no instituto português de fotografia em 2010. Tenho 34 anos e
sou um enorme apaixonado pelo desporto automóvel. “ A forma como chegou foi
logo explicada “ Como respondi anteriormente, a fotografia faz parte da
minha vida há largos anos. Sempre me fascinou, e chegou uma altura que quis
aprender a magia por trás da mesma, decidi seguir por aí a minha formação. Tive
uma rápida passagem, em regime de estágio, pelo CM após o curso, fiz fotografia
de estúdio, durante muitos anos fiz - e continuo a fazer - da fotografia de
paisagem o meu trabalho de autor. Mas acompanhava os ralis na minha zona e o
nosso Rally de Portugal e a câmara andava sempre comigo. Surgiu em 2019, quase
por sorte, a oportunidade, a qual agradeço do fundo do coração, do Dr. Amândio
Santos, de fotografar o Leiria Sobre Rodas e a partir daí fotografei vários
ralis e rampas como parte do projecto VMotores.” Com esta carreira,
para já não muito longa, quais os pontos altos, o que depois de pensar disse “Ainda
estou há pouco tempo no desporto motorizado mas fazer parte da equipa oficial
de comunicação do Campeonato de Portugal de Montanha é um motivo de orgulho e
espero ter contribuído de forma positiva pela promoção da Montanha. É uma
disciplina apaixonante, com um espírito inacreditável.” E sustos já apanhou
no desempenho do seu trabalho como jornalista / fotógrafo? Conte-nos o que lhe
aconteceu “Existe, obviamente, um risco associado ao desporto motorizado.
Todos os intervenientes têm essa consciência e é positivo que o tenham. É essa
consciência que nos permite ter conhecimento e saber onde podemos estar ou não,
não obstante da imprevisibilidade. Até hoje, não apanhei nenhum susto no
desporto automóvel. No CM, apanhava todos os dias, quando ia fotografar para
algumas zonas de Lisboa. “
Para fazer a preparação duma prova em que vai trabalhar, quanto tempo
necessita para organizar tudo dizendo logo “Durante a semana anterior à
prova estudo cuidadosamente os troços, seja no Google maps, no Rally maps,
procuro os locais onde acho que conseguirei boas fotografias. Tento sempre
evitar locais onde sei que estarão outros colegas mas entendo que há locais
onde temos que estar todos. Uma reportagem do Rally Serras de Fafe sem
fotografias do Salto da Pedra Sentada nem sequer me faz sentido. Mas,
dependendo da disponibilidade, porque não faço só fotografia de desporto
motorizado, procuro na semana anterior à prova conhecer tudo sobre a mesma.
Também vejo vídeos e fotografias de edições anteriores. “ Em termos de
material está a trabalhar com quê na
actualidade, “Utilizo actualmente duas câmaras. Uma Nikon D7500 na mão e
uma D300s no tripé, a disparar remotamente. Tenho três objectivas, uma Tokina
11-16, uma Tamron 17-50 e a minha máquina de guerra, a Nikkor 80-200.”
Qual a sua opinião na evolução das máquinas fotográficas nas duas ultimas
épocas “De momento, não é algo que esteja atento. Estou satisfeito com o
material que tenho e o que existe de evolução, nomeadamente no que diz respeito
ao mirrorless, não é algo que me atraia minimamente. Sempre fui da opinião que
o material não faz o fotógrafo e não me sinto limitado pelo material que
tenho. “
Na sua opinião o que acha do nosso
automobilismo desportivo em todas as vertentes? Acham que tem evoluído?
Acha que se está no bom caminho? Podia-se fazer mais, o que logo
comentou-nos “O nosso automobilismo tem evoluído, no geral. Nos últimos anos
tivemos pilotos com imenso sucesso lá fora, falar de João Barbosa, António
Félix da Costa, Filipe Albuquerque, Tiago Monteiro, Pedro Lamy, há uns anos no
TT com Carlos Sousa, nos ralis com Armindo Araújo... falar do sucesso destes
pilotos é falar da evolução do automobilismo português. Falar do automobilismo
em Portugal é diferente. Percebo que exista uma imagem associada a determinados
pilotos, e falo dos ralis que é a modalidade que mais acompanho, mas já tivemos
enormes valores a desaparecer por falta de apoios e as grandes empresas apoiam
os mesmos pilotos há décadas. São apostas seguras, com retorno e nos últimos
anos proporcionaram verdadeiros super campeonatos, principalmente após o
regresso de Armindo Araújo e de Bruno Magalhães. Mas era importante uma
injecção de juventude nos ralis em Portugal, capaz de lutar contra estes
consagrados, porque quando esta geração decidir pendurar o capacete e as
luvas...” Dentro do automobilismo quais as disciplinas que mais gosta de
fotografar, e porquê, “São os ralis, porque sou verdadeiramente apaixonado
pela disciplina. Mas espero durante 2021 fotografar um pouco de tudo. Quero
experimentar o TT, a velocidade... “
O que lhe vaio no seu pensamento
quando está a fotografar uma prova , o que depois de reflectir um pouco logo
afirmou “Que estou onde gosto de estar, a nível profissional. Acima de tudo,
é isso.” Sente-se emocionado quando
vê uma corrida e está a fotografar a mesma? Tem assim algum episódio que
nos possa contar …”Claro que sim. A paixão pelos desportos motorizados
está-me no sangue, se não me sentisse emocionado com os motores, os cheiros, o
dançar dos carros, provavelmente faria, como faço, fotografia de estúdio, de
comida, de paisagem, e deixaria o motorsport. É daquelas coisas que faço com o
mesmo profissionalismo que aplico em tudo na minha vida, mas também o faço com
emoção e com entusiasmo que vem da paixão que tenho pelo motorsport. Se o
entusiasmo acabar...! Em relação a episódios, eu acho que não há nada em
concreto. Apenas que quem me acompanha, vê que me sinto quase como uma criança
numa loja de doces.” Para quem se está a iniciar na fotografia e no
jornalismo que conselhos gostaria de dar, “É difícil, mas eu acho que quem
tem a paixão, deve levá-la até onde for preciso, até onde puder. Luto muito
pela minha vida profissional na fotografia. Não é fácil. Nada fácil. Mas acima
de tudo, dediquem-se, estudem, aprendam tudo sobre técnica, sobre iluminação,
sobre pós produção... vale a pena e é um mundo apaixonante!” º E as
condições de trabalho nas nossas provas são boas? Qual a sua opinião ? e na sua
opinião o que poderia ser feito para melhor estas mesmas condições de trabalho,
o que logo sem perder tempo disse “Não tenho razões de queixa. Sabemos que
nós levamos com frio, com calor, com chuva, com pó. Eu nunca levei, mas também
com granizo e neve. É a paixão. Não tenho razões de queixa. Faz parte. “
Acha que a atribuição dos Media FDPAK deveria ser mais controlado,
de forma a diferenciar os profissionais dos amadores de fim de semana , o
que para terminar a nossa conversa de hoje “Não tenho uma opinião acerca
disto. O meu primeiro ano de Media FPAK foi 2020 e O "colete" foi-me
atribuído através da VMotores. Tirando o que ouço falar, não me inscrevi como
freelancer na primeira vez para atestar a facilidade ou dificuldade em obter a
Media FPAK.”
ENTREVISTA DE JOÃO RAPOSO
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João Raposo
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