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CAMPEONATO PORTUGAL VELOCIDADE - ALGARVE CLASSIC EM PORTIMÃO

Sexta, 05 Novembro 2021 18:12 | Actualizado em Domingo, 17 Março 2024 21:08

ANPAC animou Algarve Classic Festival com corridas molhadas e... noturnas!
Benção ou não da chuva, verdade, verdadinha, é que as corridas organizadas pela Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos (ANPAC) foram das mais emocionantes oferecendo espetáculo no complicado Autódromo Internacional do Algarve, mesmo que a chuva tenha complicado a vida a alguns e a noite tenha sido boa conselheira para se ser campeão.
O fim de festa dos Campeonatos de Portugal de Velocidade Clássicos, Legends e 1300 teve como pano de fundo o Algarve Classic Festival e o Autódromo Internacional do Algarve como palco. Convidados especiais? A chuva e o frio que escolheram o fim de semana de corridas para acabarem com o Verão que teimava em se espraiar para lá do esperado.
As nuvens cor de chumbo fizeram questão de acompanhar os 71 concorrentes inscritos nas competições da ANPAC ao longo do seu percurso até à Mexilhoeira Grande, vindos dos mais diversos pontos de Portugal, prometendo despejar hectolitros de água durante os dias de prova.
Um programa muito carregado e “tramado” pela mudança da hora que antecipou as sombras noturnas, impediu que os pilotos pudessem fazer treinos livres, seguindo diretamente para as qualificações. Uma situação longe do ideal, mas impossível de mitigar e que acabou por ser bem aceite pelos concorrentes que assim pouparam horas de funcionamento aos carros e outros gastos.
E se a promessa era de temporal à algarvia, São Pedro não faltou com a palavra dada e despejou sobre o Autódromo Internacional do Algarve baldes, pensando bem, foram bidões de chuva. Mesmo assim, os galhardos pilotos dos três campeonatos deram espetáculo até mesmo os rapazes dos 1300 que encontraram uma pista alagada e enrolada no manto escuro da noite.
Vitórias repartidas nos Clássicos
O denominador comum nos clássicos chamou-se Porsche 911 RSR. Os belos carros da casa de Weissach voaram pela pista algarvia com Francisco Mora a aproveitar a chuva e a mingua de pneus de chuva na box da Aurora para montar no carro de João Macedo Silva. Mora venceu a primeira corrida – e a categoria H75 - depois de uma breve luta com Macedo Silva, depois deste ter rubricado o tempo mais veloz dos Clássicos no Autódromo Internacional do Algarve durante os treinos cronometrados com impressionantes 1m57,560s. A vantagem para os restantes foi deveras significativa!
Atrás dos dois Porsche 911 RSR, uma verdadeira matilha de Ford Escort reuniu-se para discutir posições em pista e nas suas categorias, pois misturados estavam carros dos H75, Grupo 5 e Grupo 1.
Estes últimos Escort RS 2000 andaram endiabrados com Luís Liberal a superiorizar-se a Paulo Vieira, reclamando um sétimo e um oitavo lugares, mas pedindo meças a carros bem superiores. Obrigado chuvinha!
Joaquim Jorge andou em luta com Rui Alves e conseguiu levar de vencida o seu opositor já na parte final da prova, depois de uma corrida onde os braços deviam doer tal a quantidade de atravessadelas do belíssimo Escort RS 1600. João Cruz ficou em quinto com o seu Escort RS 1600, mas do Grupo 5, batendo António Soares com um Escort RS 2000.
Longe destas lutas, mas sem ninguém a incomodá-lo, Jorge Cruz levou o seu BMW 323i até á vitória nos H81, cujo pódio da categoria ficou fechado com o poderoso Porsche 934 Turbo de Pedro Bethencourth e com o veteraníssimo Jorge Correa, ao volante do inevitável Ford Capri 3000 GT. Piloto que regressou à competição e reclamou um troféu com este terceiro lugar na categoria.
Referência, ainda, para o simples e fantástico Ford Cortina Lotus de Richard Bateman, vencedor da categoria H65 e para a vitória de João Paulo Lima (Alfa Romeo GTAm) na categoria H71, que andou toda a corrida em escaramuças com os BMW 2002 Ti de Marco Pinto (inscrito no Grupo 5) e Edgar Botelho Moniz (inscrito nos H75).
Carlos Fernandes e o seu BMW 2002 Ti estiveram naquela luta pelo 11º lugar, mas o carro alemão inscrito no Grupo 5 começou a ter algumas dificuldades e escorregou pela classificação.
A segunda corrida foi muito diferente. Sem o constrangimento da poupança dos pneus de chuva, João Macedo Silva quis redimir-se da derrota imposta por Francisco Mora na primeira manga. O piloto do Porsche laranja impôs-se na primeira curva e de imediato começou a construir uma liderança que acabaria por verter em vitória depois da mecânica do Porsche não ter aguentado um pequeno erro de Francisco Mora e a chuva ter chegado no final da corrida, aconselhando máxima prudência.
Os Ford Escort RS voltaram a unir-se em matilha, mas desta feita com dois intrusos: Mico Mineiro que com os problemas do seu Ford resolvidos tentou imiscuir-se na luta pelo pódio e Jorge Cruz que colocou o seu BMW 323i entre os carros H75 e Grupo 5 e os Grupo 1 de Ricardo Pereira e Luís Liberal.
António Soares decidiu reclamar o segundo lugar do pódio em luta com Joaquim Jorge. O Escort RS 2000 bateu-se com o Escort RS 1600 e Jorge teve de usar toda a sua experiência para manter um saboroso segundo lugar, mesmo longe de Macedo Silva. Soares não conquistou o segundo lugar, mas venceu o Grupo 5 e recebeu o troféu do terceiro lugar à geral.
Rui Alves foi perdendo gás e aceitou ficar no quarto lugar, na frente de Mico Mineiro cuja excelente recuperação permitiu-lhe fechar o Top 5 na frente do vencedor dos H81. Ricardo Pereira venceu o Grupo 1 na frente de Luís Liberal que durante a corrida andou em lutas com os BMW 2002 Ti de Simplício Pinto e Carlos Fernandes.
Uma vez mais, Jorge Correa, apesar das dificuldades com a chuva e a chegada da noite, colocou o seu Ford Capri 3000 GT no pódio dos H81, ficando atrás do Porsche de Cláudio Vieira e na frente do vencedor da categoria H71, o Alfa Romeo GTAm de João Paulo Lima. Uma vez mais, o Ford Cortina Lotus de Richard Bateman venceu os H65.
Legends e SuperTrophy com corridas distintas
A classe dos Legends é verdadeiramente estimulante, principalmente quando juntamos a esta contenda os SuperTrophy, habitualmente muito velozes. Porém, o Algarve Classic Festival não recebeu, nesta última categoria, o BMW 320d de Manuel Fernandes e Hugo Mestre, por exemplo. Mas Gonçalo e Henrique Jordão tentaram a substituição com a inscrição de um Volvo S60, pintado de azul e que fez companhia ao outro S60 de Hélder Moura e Filipe Monteiro.
Porém, na qualificação, tivemos uma luta entre dois carros diferentes, porque tinham tração traseira e vieram da Baviera. Falamos dos BMW M3 E30 de Luís Silva e Manuel Sousa, pertencente à classe Super Trophy e o M3 E36 de Paulo Vieira, da categoria L99. A “pole position” verteu para o lado do BMW M3 Super Trophy.
Tendo como companhia a chuva que caiu de forma copiosa sobre a tira de asfalto do Autódromo Internacional do Algarve, a tração dianteira dos Volvo S60 de Hélder Moura e Gonçalo Jordão levou a melhor sobre o BMW M3 de Paulo Vieira.
E se Paulo Vieira deixou fugir os Volvo pensando que estava descansado no terceiro lugar e com a vitória no bolso entre os Legends, o piloto do carro alemão acabou atormentado por... outro Volvo. Desta feita, a 850R Estate de Nuno Figueiredo, com o piloto lisboeta a fazer mais uma recuperação excecional. Não deu para o pódio, mas ficou com o segundo lugar dos Legends, na frente de António Barros ao volante de outro BMW M3, igualmente da categoria L99.
O piso muito molhado foi eliminando as escaramuças que as primeiras voltas prometiam e os pilotos foram tentando levar os carros até ao final sem erros que dessem origem a despistes.
Contas feitas, Paulo Vieira ganhou os Legends e a categoria L99 na frente de Nuno Figueiredo, António Barros e Joaquim Soares que, desta feita, não foi protagonista, como habitualmente, da luta pelos primeiros lugares.
Os L85 tiveram como vedetas os dois BMW 635 CSI, com Rui Garcia a superiorizar-se a Pedro Oliveira. O Citroen Saxo de Artur Monteiro foi o melhor nos L1600, adaptando-se melhor à pista, acabando com larga vantagem sobre Sérgio Pinto e Marco Basílio, ambos em Honda Civic. O Mercedes 190E 2.3 16 de António Conceição fez-nos recuar muitos anos a provas disputadas em Vila do Conde, Vila Real e Estoril com um Mercedes semelhante pintado de branco e azul. Bons momentos de um carro que é sempre interessante de ver em pista. Acabou por vencer os L90.
Tiago Ribeiro lidou de forma perfeita com o asfalto muito encharcado levando o seu Honda Integra Type R à vitória nos L2000, seguindo-se, a larga distância, António Sarabando (Peugeot 309 GT) e o regressado Bernardo Sá Nogueira ao volante de um Alfa Romeo 156 TS. O VW Golf GTI de Miguel Ribeiro foi o quarto classificado.
Nos Trophy, Jorge Serôdio trouxe para o Algarve um carro igual ao de Luís Império, um BMW 320 iS, mas nem um nem outro conseguiram evitar a vitória na categoria de João Luís ao volante do Renault Spider, terminando entre os 10 primeiros.
Hélder Moura juntou à vitória à geral o sucesso entre os SuperTrophy, na frente de Gonçalo Jordão, enquanto que nos SuperTurismo Arlindo Beça surgiu no Algarve a fazer dupla com José Magalhães – seu rival na luta pelo campeonato – num Peugeot 106 S16 e venceu sem oposição porque o Renault Clio RS de Eleutério Duarte abandonou após a primeira volta.
A segunda corrida foi muito mais intensa e, com piso húmido, Nuno Figueiredo fez uma extraordinária prova. Que começou com o pé esquerdo quando João Luís fez um excelente arranque, mas foi surpreendido pela muita água acumulada na pista, perdeu o controlo do Renault Spider e despenhou-se contra o Volvo S60 de Henrique Jordão.
O Volvo azul fez um pião e acertou nos rails do lado esquerdo da reta da meta, abandonando imediatamente, o Spider parou nas boxes com a suspensão dianteira direta partida.
Com a entrada em pista do “Safety Car”, o pelotão ficou compactado e isso foi fundamental para proporcionar uma corrida muito interessante cujos protagonistas deram um recital de condução. Nuno Figueiredo aproveitou o embalo da excelente recuperação que fez na primeira corrida e a pista molhada desta segunda manga para vencer e sublinhar a traço grosso o projeto do piloto e da Monteiros Competições.
Filipe Monteiro ainda segurou a liderança da corrida, mas o veterano António Barros passou pelo Volvo na terceira volta. A “sueca endiabrada” não permitiu que o BMW cumprisse uma volta no comando e à terceira passagem pela meta, Nuno Figueiredo assumiu o comando para não mais o largar até à bandeira de xadrez. Uma vitória espetacular que o piloto vinha a ameaçar.
António Barros acabaria por terminar a corrida no terceiro lugar, pois Miguel Garcia encontrou forma de colocar no chão a potência do BMW 635 CSI e reclamou o segundo lugar de uma corrida que conheceu lutas para quase todas as posições.
No meio do pelotão, os diversos BMW M3 andaram em luta constante, mas com o agravar das condições – chuva intensa e a escuridão da noite a envolver o Autódromo Internacional do Algarve – o grupo separou-se com Paulo Vieira, vencedor dos Legends na primeira manga, a terminar fora dos 10 primeiros, tal como sucedeu com Joaquim Soares que terminou no 13º lugar com o seu M3.
Tiago Ribeiro chegou a passar pelo terceiro lugar, mas á semelhança do que se passou com Filipe Monteiro, foi perdendo andamento com o agravar das condições, caindo o Honda Integra Type R para o sétimo lugar com o Volvo S60 imediatamente á sua frente no quinto posto.
Contas feitas às classes, Nuno Figueiredo venceu nos L99 com a Volvo 850 Estate, Rui Garcia ganhou nos L85 ao volante do BMW 635 CSI, o Honda Integra Type R de Tiago Ribeiro foi o melhor nos L2000, enquanto Nuno Basílio (Honda Civic) superiorizou-se nos L1600. António Conceição levou o Mercedes 190E 2.3 16 à vitória nos L90. Nos Trophy, vitória para o BMW 320 iS de Jorge Serôdio, com Luís Império a ficar no segundo lugar em carro idêntico. Nos SuperTurismo, José Magalhães (Peugeot 106) foi o melhor.
Na categoria SuperTrophy, o despiste do Volvo S60 de Henrique Garcia e os problemas do Honda S2000 de André Tavares e Miguel Mota – que esteve ausente na primeira corrida – entregaram a vitória ao Volvo S60 de Filipe Monteiro.
Pilotos dos 1300 enfrentaram a fúria dos elementos e a noite algarvia
Certamente que os homens do Campeonato de Portugal de Velocidade 1300 não fizeram a dança da chuva, mas tocou-lhes chuva aos baldes e uma corrida noturna de faróis acessos. Algo pouco comum, mas que aconteceu porque foi atirada chuva com generosidade na zona da Mexilhoeira Grande, a pista não aguentou tanta água e alguns acidentes e fluídos escorregadios lançados na pista, foram atrasando o programa muito cheio do Algarve Classic Festival. Como foi fim de semana de atrasar os relógios 60 minutos pela entrada em vigor a hora de inverno, a segunda corrida dos 1300 foi feita já noite cerrada.
A vitória na primeira corrida sorriu a Paulo Mendes que ao volante do Toyota Starlet liderou da luz à bandeira, ficando na frente do seu irmão, Luís Mendes, ao volante de um Citroen AX. O destaque desta primeira corrida foi para o Mini 1275 GT de Tiago Fino Vitorino. O piloto terminou no terceiro lugar do pódio, mas venceu, pela primeira vez, entre os H75, ao passar na última volta pelo Datsun 1200 de João Braga, cauteloso perante tanta água em pista.
Numa corrida que teve presença do “Safety Car” em pista devido às condições deploráveis, os pilotos do Desafio ANPAC voltaram a dar espetáculo com lutas constantes numa pista muito traiçoeira. O vencedor da refrega foi Rui Silva, na frente de Manuel Alves e Gonçalo Lopes, todos em Fiat Punto 85. Jorge Silva bateu Miguel Barbosa na luta pelo Desafio Starlet com Tiago Silva na terceira posição. António Areal, Tiago Lindo, Marco Amaral e Marco Pinto Moura fecharam as contas do Desafio ANPAC.
O Autobianchi A112 de Abel Marques venceu a categoria 1000 c.c., o Datsun 1200 Deluxe de Francisco Cardoso foi o melhor nos H71 e Veloso Amaral levou o Hilman Imp (que surgiu no lugar do Datsun 1000) à vitória na Taça 1000. A estreia do Opel Corsa 1.3 de Ricardo Ferrão saldou-se por um abandono. O regresso de Valter Tão também não foi fácil e depois de muito tempo parado, com um carro que não estava adaptado à pista encharcada, traduziram-se num 18º lugar.
A segunda corrida do Campeonato de Portugal de Velocidade 1300 foi disputada debaixo de condições absolutamente deploráveis. Chuva copiosa que não parou de cair durante os 20 minutos de prova e, sobretudo, a escuridão que abraçou a pista. O final da corrida foi feito na mais completa escuridão com os pilotos a defenderem-se da pista e da quase nula visibilidade.
Apesar disso, nenhum piloto arredou pé e os bravos do pelotão enfrentaram a última corrida de 2021 com galhardia. E porque a vontade era muita, Paulo e Luís Mendes voltaram a discutir a vitória, com o piloto do Citroen AX a desfeitear o irmão durante uns metros. O Toyota Starlet provou ser mais rápido e Paulo Mendes repetiu a vitória da primeira corrida na frente do AX do seu irmão.
O Datsun 1200 de João Braga aproveitou a escuridão para conquistar o degrau mais baixo do pódio, com o vencedor dos H75 da primeira corrida a sair da prova logo na primeira volta. Uma transmissão do Mini 1275 GT partiu-se e o “caprichoso” carro britânico deixou Tiago Fino Vitorino apeado.
Aproveitando a pista molhada, Manuel Alves e o seu Fiat Punto 85 sonharam com o pódio, mas João Braga fugiu porque António Areal deu muita réplica a Alves.
Manuel Alves acabou por ganhar, uma vez mais, mas teve de suar as estopinhas para bater António Areal (Fiat Punto 85), que o chegou a ultrapassar. Miguel Barbosa (Toyota Starlet) e Rui Silva (Fiat Punto 85) também estiveram nesta luta até meio da corrida.
Destaques para o 10º lugar final do Autobianchi A112 de Sérgio Monteiro, que foi o melhor dos 1000 c.c. (Miguel Barata foi o segundo com o Hilman Imp, o melhor dos H71-1000), para a recuperação de Paulo Antunes (Datsun 1200 Deluxe) que foi o melhor nos H71 e para a vitória de Miguel Barbosa no Desafio Toyota.
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