Foi impróprio para cardíacos a luta entre o piloto do
Osella e Hélder Silva, num BRC BR 53. No final apenas 0,2 segundos separaram os
dois pilotos, com a balança a pender para o atual campeão nacional!
E nem só da fantástica luta
pela vitória absoluta viveu uma edição emocionantes da Rampa PÊQUÊPÊ Arrábida.
Atestando o excelente nível competitivo
da modalidade, a prova inaugural do Campeonato de Portugal de Monta JC Group
foi emocionante de início a fim, cheia de incidentes, entre toques e avarias
mecânicas, com lutas sem tréguas a marcarem a discussão da maior parte das
classificações em disputa no campeonato, com as decisões a serem alcançadas por
diferenças ínfimas, isto após três subidas oficiais de prova, das quais foram extraídas
os dois melhores tempos para dar o agregado final a cada piloto.
José Correia venceu e este
triunfo parecia ir ser conseguido de forma relativamente tranquila até que o
programa competitivo da rampa chegou á 2ª subida oficial de prova. Aqui, um
renovado Hélder Silva, aos comandos de um BRC BR53, puxou dos galões e “devorou”
os 3,1 kms da rampa em 1:41.603, cravando no cronómetro a melhor marca do
fim-de-semana, à espantosa média de 123,9 km/h!
Com esse feito, os dois pilotos
foram para a derradeira subida separados por um mísero segundo e tudo poderia acontecer.
E foi quase dramático.
Hélder Silva partia antes e
saiu a fundo, tentando repetir a dose da subida anterior.
Cerca de 30 segundos depois,
foi a vez de José Correia receber o semáforo verde e arrancar a fundo. No
entanto, o piloto do JC Group Racing Team teve uma saída de pista logo após a
curva inicial do traçado, dando um toque nos rails e ficando logo ali.
Restou aguardar pelo veredito
do cronómetro, para saber se veria o seu adversário passar para a frente, sem
que nada pudesse fazer.
Hélder Silva cruzou a fotoelétrica
de fecho em 1:43.323 e, quando feitas as contas dos agregados de cada piloto, 253
milésimas de segundo ditaram a vitória de José Correia, que assim continua a
ser o “rei” da Arrábida por mais um ano.
3º lugar da geral para António
Rodrigues que, mesmo limitado pela menor competitividade do seu BRC CM 05 EVO,
face às “montadas” dos dois primeiros, voltou a rubricar uma excelente exibição,
coroada com mais um pódio e a vitória na Divisão Protótipos B.
Emocionante foi o duelo pela
primazia entre os GT. Ao longo do fim-de-semana, três pilotos foram
protagonistas de uma refrega que fez passar, um a um, pela liderança.
Totalmente renovado na motivação
e na condução, o bracarense Pedro Marques acabou por impor o seu Porsche 991
GT3 CUP ao carro idêntico do campeão em título, Vítor Pascoal, com os dois a
acabarem separados por 7 décimas de segundo.
Pedro Silva (Porsche 997 GT3
CUP) foi terceiro a 4 segundos, alcançando, mesmo assim, mais um bom resultado.
54 milésimos de segundo. Sim,
leram bem, 54. Um autêntico piscar de olhos separou Luis Nunes (Ford Fiesta ST
R5) e Joaquim Teixeira (Cupra TCR) na luta pela vitória na Categoria Turismos.
Voltando a renovar o duelo que
estes dois grandes pilotos protagonizaram em 2020, foram capazes na Arrábida de
ostentar sempre um ritmo impressionante e a balança acabou por pender para o piloto
do Fiesta, mas deu para perceber que a discussão do título nacional desta
categoria será acesa!
Nunes venceu ainda a Divisão Turismos
1, enquanto Joaquim Teixeira se impôs naturalmente na Divisão Turismos 2.
O “rookie” António Cruz
Monteiro veio desde Leiria se estrear no COM JC Group para voltar a mostrar
toda a velocidade que consegue com o Peugeot 208 T16 R5. Foi premiado com um 3º
lugar na categoria e poderá vir a ser um dos grandes destques deste campeonato.
A Divisão Turismos 3 viu um
endiabrado Bruno Carvalho (Citroen Saxo) levar de vencida alguns dos nomes
consagrados da modalidade, numa divisão que promete lutas bem aguerridas.
Quanto as contas do Campeonato
de Portugal Legends de Montanha, um nome sai da Arrábida com especial destaque:
Pedro Lança.
Mesmo condicionado pelo facto
de não ter participado na subida de prova de sábado, devido a problemas com a
direção do Citroen Saxo, o piloto de Sines lançou-se ao ataque nas duas subidas
oficiais de domingo e simplesmente pulverizou os melhores tempos entre os
Legends e terminando a prova com 7,7 segundos de vantagem sobre José Carlos
Magalhães (BMW M3). Este sai da Arrábida satisfeito pois conseguiu evoluir o
carro da MNE Sport e provar que vai lutar pelo título.
O Pódio ficou completo com a presença
de Carlos Oliveira no 3º lugar. O poveiro esteve sempre muito regular com o
Ford Sierra Cosworth RS.
Já na refrega reservada ao
Campeonato de Portugal de Clássicos de Montanha, a prova conheceu um dominador
já habitual. Mário Silva voltou a trazer à Arrábida o potente Porsche Carrera
RS e voltou a provar que a idade não lhe retira faculdades.
Foi um vencedor antecipado,
deixando a Fernando Salgueiro e Ricardo Loureiro, os dois pilotos do Caramulo Racing
Team, a tarefa de discutirem as restantes posições do pódio.
Nesta luta particular entre os
homens dos Ford Escort MKII, foi Salgueiro que levou a melhor nesta primeira prova
da temporada, ficando prometidos duelos interessantes nas próximas rampas.
A prova de estreia da Taça de
Portugal de Kartcross de Montanha foi tão animada e provou que a aposta nesta
novidade tem tudo para dar certo. A velocidade, o barulho e a espetacularidade
que pilotos e máquinas colocam em pista, encantam quem vê ao vivo e quem seguiu
a transmissão online.
E da Madeira veio um autêntico “furacão”
chamado Nelson Andrade. Senhor de uma condução de grande nível, capaz de
extrair tudo da grande competitividade do seu AG1000, o piloto da Pérola do Atlântico
dominou a guerra dos pequenos monolugares, triunfando sem oposição e
conseguindo obter tempos que, num hipotético escalonamento global, lhe dariam
um Top 5. Notável!
Atrás de si e a fazerem maravilhas
aos comandos de dois Semog, com motorização de apenas 600cc, Nelson Rocha e Sérgio
Mateus asseguraram os restantes lugares do pódio, com Nelson Rocha a
superiorizar-se de forma clara na luta pelo segundo posto.
Daniel Rolo esteve imparável,
como é seu apanágio sempre que compete entre os Clássicos 1300. Aos comandos de
um bem preparado Datsun 1200 Coupé, o piloto dominou todas as subidas e cedo
resolveu a questão da vitória.
Atrás de si, também não houve
luta para o segundo lugar, onde sempre rodou Aníbal Rolo (Datsun 1200),
enquanto a setubalense Eva Laranjeira assegurou o último degrau no pódio, na estreia
do seu Peugeot 205 Rallye.
Na TPM 1300, Francisco Milheiro
venceu de forma clara o duelo entre os Peugeot 106, face a Rui Gama,
conquistando mais uma vitória e iniciando assim de melhor forma o triunfo
alcançado nesta tal em 2020.
O Campeonato de Portugal de
Montanha JC Group ruma agora a norte, para assentar arraiais no coração de Trás-os-Montes.
Dentro de quinze dias, vai
medir forças com a “nata” internacional da modalidade. Será na Rampa
Internacional de Boticas que, para além de ser a 2ª prova da temporada do CPM JC
Group, terá honras de abertura do Campeonato Europeu de Montanha.
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João Raposo
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