CAMPEONATO MUNDO DE FÓRMULA 1 - 2020 - BOTTAS FALA DA PROVA DE ESPANHA

Terça, 18 Agosto 2020 19:47 | Actualizado em Domingo, 14 Abril 2024 13:13

O último lugar do pódio no Grande Prémio de Espanha soube a pouco a Valtteri Bottas, que viu Max Verstappen e Lewis Hamilton distanciarem-se ainda mais no campeonato de pilotos, com o holandês da Red Bull a estar seis pontos à frente do finlandês da Mercedes e o Campeão do Mundo a uns massivos 43 pontos. Daí que a deceção do titular do # 77 seja enorme. “A minha melhor oportunidade seria na partida. E ela foi a chave para mim, e não correu bem. Perdi algumas posições e tive de forçar muito com o primeiro jogo de pneus para voltar à prova. Aquando do meu segundo turno estava atrás de Max. Nesta pista é muito arriscado ultrapassar. Fiquei por isso atrás dele. Lewis fez uma partida muito boa, não consegui segui-lo e deixei-me passar. É uma grande deceção”, concedeu.
Mas Valtteri encontra outra explicação para a sua prestação menos boa, culpando a nova decoração do Mercedes, agora negra: “Este negro torna o carro incrivelmente quente”.. A mensagem pela diversidade ditou a troca do habitual prateado da marca de Estugarda por um negro que segundo o finlandês custa três quilos ao monolugar de Brackley. “Estava mesmo quente no carro. Este ano tem sido ainda mais calor no carro. É óbvio que temos de mudar a cor. E tanto quanto sei esta cor preta causa algo mais do que calor, especialmente quando há uma incidência direta do sol. Não conheço números ou factos, quando o preto faz diferença para o branco, mas este ano tem estado bastante quente no carro. E e há uma nova homologação este ano para a decoração, por isso os carros podem ser mais rápidos e o interior é menos espesso, por isso não sei qual efeito terá”, reitera Bottas.
O piloto escandinavo só pede que se altere a cor dos Mercedes, dizendo que “certamente que em branco poderão ser mais frescos em termos de temperatura”, e que em Barcelona, “por exemplo”, perdeu três quilos na corrida. “O que é bastante”, assinala. Mas estas palavras de Valtteri Bottas corroboram certas opiniões que consideravam que a cor preta teria impacto na refrigeração dos W11, apesar do diretor da equipa dizer que iria haver uma monitorização a potenciais problemas causados por isso. “No final a mensagem e o marketing é muito importante, mas se a performance for afetada não será bom”, admitiu na altura Toto Wolff.
Mas James Vowles, o estratega da equipa Mercedes, nega existir qualquer impacto da cor na performance dos monolugares de Brackley:“Dentro no bloco do motor há uma película prateada, resistente ao calor, e que não é afetada pela cor exterior da carroçaria. Não conseguimos ver qualquer diferença nas temperaturas do radiador ou noutras temperaturas dos principais sistemas no carro como resultado da cor externa. Há um pouco mais de reflexão de existir uma cor mais clara, mas são na realidade efeitos negligenciáveis ou nenhuns”.

Texto de Nuno Costa / 5ª a Fundo / www.velocidadeonline.com