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CAMPEONATO MUNDO DE FÓRMULA E - JEAN ERIC VERGNE

Domingo, 11 Abril 2021 11:21 | Actualizado em Quarta, 24 Abril 2024 21:48

Entrevista exclusiva Eurosport ao piloto de Fórmula E

 

JEAN ERIC VERGNE

“GOSTO DE GANHAR E ODEIO PERDER”


Com a dupla jornada do ePrix de Roma à porta, o piloto de Fórmula E Jean Eric Vergne falou ao Eurosport sobre os objetivos para a temporada, a rivalidade com o colega de equipa António Félix da Costa, o futuro do desporto motorizado elétrico, os eSports e outros temas relevantes numa entrevista exclusiva em Portugal.  

 

 

Eurosport: A temporada da Fórmula E começou há pouco tempo. Quais são as suas ambições e as da equipa para 2021?

 

JEV: Esta é a minha 7ª temporada na Fórmula E e a minha 5ª com a equipa! O que conquistámos nos últimos quatro anos já é incrível, garantindo três títulos de piloto e dois de construtores. No entanto, estamos claramente a apontar para mais campeonatos. Este ano é mais importante do que nunca, porque temos pela primeira vez um Campeonato Mundial, portanto, o meu objetivo é garantir o máximo de pontos possível, vitórias e, claro, outro título!

 

Eurosport: A DS Techeetah é a equipa tricampeã em título. O que opina sobre a competitividade do novo carro para esta temporada e quem acha serem os maiores rivais na grelha de partida da Fórmula E em 2021?

 

JEV: Na verdade, fomos campeões duas vezes consecutivas. Na 5ª e na 6ª temporada garantimos os campeonatos de construtores. Este ano a rivalidade é bastante forte, especialmente com a equipa da Mercedes EQ. Mas como vimos na Arábia Saudita, tudo pode acontecer na Fórmula E.

 

Eurosport: Procura um terceiro título e ser o primeiro campeão mundial oficial de Fórmula E, depois de duas coroas consecutivas em 2018 e 2019. Quão difícil será conseguir esse terceiro título?

 

JEV: O mais difícil é manter-me competitivo. Tenho que continuar a trabalhar muito, treinar e ficar próximo dos meus engenheiros para conseguir ter o melhor desempenho! Se for capaz de fazer isso, numa equipa tão competitiva como a DS Techeetah, então nada é impossível. Tenho um companheiro de equipa muito forte e o António [Félix da Costa] provou no ano passado que foi o melhor. Só posso tentar melhorar para o vencer esta época, mas o mais importante é também garantir um terceiro título de construtores! É por isso que todos precisamos trabalhar em equipa.

 

Eurosport: A próxima etapa é em Roma com duas corridas. Ambições para estes ePrixs?

 

JEV: Eu amo Roma. É uma cidade muito especial e a pista é extremamente desafiante, principalmente na zona a descer quando os carros saltam no ar e ganhamos muita velocidade na pista. Temos trabalhado muito para preparar essa corrida e mal posso esperar para voltar a sentar-me ao volante.

 

Eurosport: As jornadas duplas são um problema? Há mais a perder do que a ganhar?

 

JEV: As jornadas duplas são perfeitas. São fantásticas para os fãs, constroem um público maior. Também acredito que quando se gasta tanto tempo a organizar um evento destes, “porquê limitá-lo a um dia?”. Do ponto de vista desportivo, isso dá-te duas oportunidades para fazer uma boa exibição e marcar o máximo de pontos possível. Pessoalmente, acho isso ótimo e gostaria que tivéssemos mais jornadas duplas ao longo da temporada.

 

Eurosport: António Félix da Costa é o seu companheiro de equipa. Como é que os dois se dão?

 

JEV: O António e eu já nos conhecemos há muito tempo. Costumávamos correr juntos no passado e ambos competimos na Fórmula E da ABB FIA desde a primeira temporada. Ele é um piloto muito bom e também um bom amigo. Nós damo-nos bem e até já passámos férias juntos. Mas o que acontece em pista é diferente do que acontece a nível pessoal.

 

Eurosport: O que o mantém motivado na Fórmula E?

 

Conquistas, recordes, exibições. Gosto de ganhar e odeio perder. Estou numa equipa fantástica que já me permitiu conquistar dois títulos e não vou deixar de correr atrás de mais vitórias.

 

Eurosport: Assinou com a Peugeot para Le Mans e o WEC, a partir de 2022. Qual a importância de regressar às provas de resistência numa equipa francesa e com tanta história no desporto motorizado?

 

JEV: Bem, era isso que eu estava à espera e foi para isso que tenho trabalhado tanto. Estou extremamente orgulhoso de fazer parte da Peugeot no seu regresso a Le Mans, na categoria Hypercar.

 

Eurosport: Sonha em chegar ao topo do pódio em Le Mans? É algo que acha que lhe falta no seu currículo?

 

JEV: Sempre sonhei em vencer as 24 Horas [de Le Mans] e acredito fortemente que a Peugeot será a equipa a bater no futuro. Um piloto francês, a pilotar numa equipa francesa na corrida francesa mais famosa do mundo. O que preciso mais para ser feliz? (sorrisos) Tive a oportunidade de vencer Le Mans na categoria LMP2 em 2018, 2019 e 2020, mas os incidentes de corrida decidiram as coisas de outra forma. Vamos continuar a trabalhar arduamente para que isso aconteça com a Peugeot!

 

Eurosport: Atualmente está envolvido na nova Extreme-E Series com a sua própria equipa (Veloce Racing) com o Adrian Newey, o engenheiro-chefe da Red Bull na F1, como parceiro. A equipe Veloce Racing também está envolvida no cenário de eSports. Como é que isso aconteceu? Novos investimentos, mas a mesma paixão?

 

JEV: Eu ajudei a fundar a Veloce eSports com o Rupert Svendsen-Cook, o Jack Clarke e o Jamie MacLaurin em 2017. A empresa tem crescido de forma muito rápida, tornando-se numa das líderes mais fortes em eSports. Então, em 2019, encontramo-nos com o fundador da Extreme E, Alejandro Agag, e decidimos que tínhamos de fazer parte deste novo campeonato de corridas elétricas. Foi assim que fundamos a Veloce Racing Team. Ter o Adrian Newey como nosso principal visionário é uma grande oportunidade para nos tornarmos na melhor equipa. O Extreme E é uma plataforma fantástica para aumentar a consciencialização sobre as alterações climáticas e nós, na Veloce Racing, queremos fazer a nossa parte no combate às alterações climáticas!

 

Eurosport: Quais são as suas expectativas para a Veloce? Porque decidiu investir nesse projeto?

 

JEV: Os eSports estão a crescer muito... Consegue acreditar que o automobilismo no E-Sport pode tornar-se tão importante quanto outras áreas dos eSports? Os eSports já existem há algum tempo, mas nos últimos três anos testemunhámos um crescimento mais forte e estável. Especialmente com a nova geração de pilotos de F1 que passam horas a jogar os seus jogos de corridas. Decidi ingressar na Veloce em 2017 porque acreditava na visão que tinha e sabia que se tornaria líder neste setor; coisa que de facto hoje em dia já o é.

 

Os eSports motorizados têm potencial para crescer ainda mais, porque existem milhões de fãs de desportos motorizados em todo o mundo. Campeonatos como os da F1, Fórmula E, WEC e agora a NASCAR estão a trabalhar, e muito, para aumentarem as suas comunidades de eSports. Portanto, com o poder de comunicação que têm, estou seguro de que terão sucesso.

 

Eurosport: O que gosta de fazer no seu tempo livre? Tem outros passatempos?

 

JEV: Amo fotografia e amo arte. Acredito que é uma maneira muito boa de desenvolver a mente, do ponto de vista criativo. Por outro lado, sou empresário e estou agora envolvido em dois novos e fantásticos empreendimentos na indústria da alimentação e das bebidas. Lancei uma nova marca de bebidas chamada EDI que usa a endorfina como substituto do álcool e em breve irei abrir um restaurante no Dubai chamado Caviar Kaspia.

 

Eurosport: Como é que se classifica como condutor na vida normal do dia-a-dia? Tem ‘pé pesado’ ou é muito mais lento do que na pista?

 

JEV: Eu sou um motorista responsável. Acredito que as corridas devem ser feitas em ambientes seguros e não em estradas abertas. É meu dever como piloto de corridas dar um bom exemplo e promover a mobilidade elétrica urbana. Diariamente conduzo carros elétricos ou híbridos da DS Automobiles e ajudo a marca a promover a sua linha elétrica. Mas adoro fazer corridas de karts no meu circuito familiar, o RKC, perto de Paris, onde a magia aconteceu há 30 anos. É onde treino antes de uma corrida. O karting desperta os meus sentidos e consigo passar algum tempo com a família. Também tento bater o meu próprio recorde de cada vez que lá vou!

 

Eurosport: O fato de você competir num campeonato ecológico torna-o mais sensível à crise climática e às causas ambientais?

 

JEV: Sim e isso é muito importante para mim. Estamos aqui para promover mudanças e devemos aumentar a consciencialização sobre as alterações climáticas, energias sustentáveis ​​e agir. Através da Fórmula E ABB FIA ou da Extreme E, não irei parar de promover a sustentabilidade.

 

 

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