Em 2017, Filipe Albuquerque participava pela segunda vez na
categoria maior (DPi – Daytona Prototipe International) das 24 horas de Daytona
e, pela primeira vez com reais condições de vencer à geral.
Os Cadillac Dpi-V.R tinham acabado de sair e, desde os
treinos que se tinham revelado ser os carros a bater. Para a Prova de 2017
foram inscritos três carros: dois pela Action Express Racing (nº5 Mustang
Sampling e nº31 Whelen Engineering) e um
pela Wayne Taylor Racing (nº10 Konica Minolta).
A corrida ficou famosa por ter um dos finais mais
emocionantes da sua história. A cerca de sete minutos do final da corrida Ricky
Taylor, no Cadillac nº 10 que seguia em segundo, dá um toque na traseira do
Cadillac de Filipe Albuquerque, provocando um peão do carro do português.
Filipe, como sempre, não se deu por vencido e foi atrás do americano com “a
faca nos dentes”, terminando a escassos 0,671 segundos do Cadillac nº 10.
No ano seguinte o Cadillac nº 5 da Mustang Simple Racing
(Action Express) Com Filipe Albuquerque, João Barbosa e Christian Fitipaldi
vence a corrida com mais de um minuto de vantagem sobre o outro carro da Action
Express, o nº 31 Whelen Engineering Racing. O Cadillac nº10 Konica Minolta da
WTR não terminaria essa corrida.
Com a crise a atingir Action Express, os carros tornaram-se
menos competitivos e, após vencer em toda a linha o campeonato em 2020, a WTR
resolve contratar Filipe Albuquerque para alinhar nas 24 horas de Daytona de
2021 ao lado de Riky Taylor, Hélio Castro neves e Alexander Rossi, sob as cores
da Konica Minolta, no carro nº10 que este ano é um Acura ARX-05. O português,
agora campeão do mundo de resistência e campeão da Europa de LMP2, tinha uma
certeza: Desta vez Ricky Taylor não o ia por fora de pista!
Desde que acompanho as corridas de resistência que sei que,
na verdade, só as últimas horas são decisivas. Desta forma só comecei a
acompanhar a corrida com maior atenção a partir da 21ª hora, justamente quando
Filipe Albuquerque recebeu o carro da mão de Hélio Castro Neves, na 1ª posição.
Filipe manteve a posição e, sem grandes histórias,
entregou-o a Ricky Taylor que, com a fibra que lhe é natural, não deixou os
créditos por mãos alheias e devolveu-o ao Português na mesma posição
classificativa.
Com o Cadillac nº 01
de Ranger Van der Zande (Chip Ganassi Racing) e o Cadillac nº 48 de Kamui
Kobayashi (Ally Cadillac Racing) a pararem mais cedo que o Acura nº10, quando
volta à pista, Filipe Albuquerque está em 3º. Tanto os Cadillac como Acura
tinham mais uma paragem pela frente e essa sim iria ser decisiva. Após esta
última paragem o Português esta em primeiro, mas atrás de si vem um Cadillac
nº01 de Ranger Van der Zande, com um andamento muito forte.
Volta após volta Van der Zend vem pressionando Filipe
Albuquerque. O tráfego ora ajuda, ora complica, mas o Cadillac é claramente
mais rápido. Filipe aguenta, segura o adversário, obriga-o a cometer excessos
e, a pouco mais de 4 minutos do final, o Cadillac tem um furo na roda traseira
direita. Albuquerque pode respirar, a distância para Kobayashi é mais que
suficiente. Foram 16 minutos de grande sofrimento, 16 minutos que pareceram uma
eternidade em que o português teve de puxar de galões e mostrar porque Wayne
Taylor tinha apostado nele; a vitória é sua e, muito provavelmente ficará também
na história da prova.
Quanto a João Barbosa, o português vencedor por três vezes à
geral com a Action Express Racing (2010, 2014e 2018) e uma na classe GTS em
2003, com a Perspective Racing num Mosler MT900R; este ano participou ao
volante de um LMP3 da Sean Creech Motorsport, tendo terminado em 2º lugar da
classe e em 21º da geral.
Texto de João Lamares -www.velocidadeonline.com
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