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CAMPEONATO MUNDO DE RALIS - A CITROEN NO RALI DA SUÉCIA

Sexta, 16 Fevereiro 2018 10:45 | Actualizado em Segunda, 22 Abril 2024 22:59

66º Rali da Suécia (15-18 fevereiro 2018) – Apresentação

OS C3 WRC NO INVERNO SUECO

Arranca hoje a segunda ronda do Campeonato do Mundo e o único evento do calendário do WRC totalmente disputado na neve e no gelo: o Rali da Suécia constitui um desafio semelhante a andar na corda bamba. Em linha com os seus esforços para obter um bom resultado na Escandinávia, o Citroën Total Abu Dhabi WRT decidiu inscrever um terceiro C3 WRC para a dupla Mads Østberg/Torstein Eriksen, que se junta às formações habituais Kris Meeke/Paul Nagle e Craig Breen/Scott Martin.

 

UM ATO DE EQUILÍBRIO

Poderia dizer-se que a Suécia está para os ralis como as Olimpíadas de Inverno estão para o esqui: um evento icónico e imperdível e o mais duro rali em condições de inverno rigoroso, onde as velocidades atingidas são, no mínimo, tão elevadas como os níveis de talento necessários para estar ao volante. Durante muito tempo um feudo dos pilotos escandinavos, o seu domínio foi quebrado pela primeira vez pela Citroën e pela sua formação Loeb-Elena (Xsara WRC), em 2004. Um feito que, desde então, apenas um único outro piloto não nórdico conseguiu igualar.

Escusado será dizer que, pelo menos no papel, os pilotos nórdicos continuam a estar em vantagem, principalmente devido à sua maior experiência nestas condições de aderência tão específicas. É precisamente por isso que é tão importante para o Citroën Total Abu Dhabi WRT contar com um deles no seu alinhamento para este evento, com Mads Østberg a juntar-se a Kris Meeke e a Craig Breen, os dois pilotos permanentes da equipa.

O norueguês conhece bem a Citroën, tendo conquistado sete lugares no pódio, como piloto de fábrica, entre 2014 e 2015. No Rali da Suécia, a sua reputação não se limita à sua espetacular condução nos saltos de Colin’s Crest, na Especial de Vargasen, pois também foi segundo classificado à geral em 2011 e, depois disso, obteve outras quatro posições no pódio (3º em 2012, 2013, 2014 e 2016).

Contudo, Kris Meeke e Craig Breen podem igualmente dar muito de si, depois da excelente pontuação conseguida pela equipa em Monte-Carlo. Logo na sua terceira participação no evento, em 2016, Kris andou sempre no pelotão da frente, enquanto que Craig já alinhou na prova escandinava por cinco vezes – o seu melhor resultado foi o 5º lugar de 2017 – e é um confesso apreciador das dificuldades específicas deste evento tão fora do comum.

 

UMA PROVA MAIS TÉCNICA EM 2018

Este ano, quase um quarto do percurso foi alterado, em comparação com a edição de 2017. Porém, há que ter em conta os pouco mais de cinco quilómetros totalmente novos da Especial de Torsby, enquanto que os cerca de 10 novos quilómetros das Especiais de Hagfors e Torntop foram já utilizados em 2013 e 2014, respetivamente.

Um novo e significativo elemento, contudo, são os grandes bancos de neve que se prevê estarem nas bermas das Especiais deste ano. Isto deverá afetar não apenas a largura das estradas mas também os ângulos em que os carros irão atacar as curvas e, consequentemente, afetarão também as notas dos navegadores…

Nos últimos anos, o rali tem sido caracterizado por clima ameno, o que habituou as equipas a evitar a neve amontoada na berma das estradas. Mas, desta vez, vão mesmo ter de utilizar os bancos de neve para sair das curvas na máxima velocidade. Vai ser um grande desafio, onde a experiência pode ser um fator chave, e que irá, certamente, proporcionar muita emoção e ação!

 

O QUE ELES DISSERAM…

Pierre Budar, Diretor da Citroën Racing

“Tendo em conta as velocidades alcançadas, é preciso estarmos realmente muito confiantes ao volante para obter tempos rápidos na Suécia. A finalidade dos testes que estão a decorrer é, precisamente, fazer com que as nossas formações estejam na melhor forma possível para o rali, tirando partido de condições na estrada semelhantes às que irão encontrar na próxima semana. Com o reforço do Mads Østberg, que tem cinco pódios neste evento, tornámos a nossa equipa bem mais forte, principalmente porque a experiência é um fator crucial neste rali, dado que o número de quilómetros que fazemos todos anos neste tipo de piso é bastante limitado. Tenho também muitas esperanças no Kris, que esteve na luta pela liderança em 2016,  e no Craig, que conhece bem o evento e que é capaz de demonstrar o nível de evolução do C3 WRC desde o rali do ano passado.”

 

Christophe Besse, Diretor Técnico

“Desde Fevereiro de 2017, trabalhámos muito na geometria da suspensão e no sistema de amortecimento, na distribuição de binário entre os eixos e na afinação do diferencial controlado centralmente. Estas alterações já foram comprovadas em asfalto. O objetivo é, portanto, obter o mesmo resultado nesta prova fora do comum, onde é fundamental estarmos no andamento certo logo desde o início porque as diferenças são sempre muito pequenas. Também temos de ter em conta a influência da ordem de partida nos tempos. Os nossos quatro dias de testes foram organizados de forma a que o Mads corra em terceiro, atrás do Kris e do Craig, de modo a que ele utilize a afinação base dos carros deles para se adaptar ao C3 WRC o mais rapidamente possível. O Kris e o Craig andam a seguir para, eventualmente, aproveitar todo o feedback específico do Mads.”

 

Kris Meeke

“Este ano, parece que vamos ter as condições de um inverno a sério e eu, como todos os pilotos do WRC, mal posso esperar pelo arranque do rali! Nas últimas temporadas, com uma quantidade de neve limitada, tínhamos de ser muito cautelosos para não arriscarmos ficar presos num banco de neve, mesmo num embate leve. Desta vez, os bancos de neve parece estarem maiores e mais compactos, portanto, de certeza que vamos poder conduzir de forma mais agressiva e utilizar mais os bancos de neve, embora talvez seja preciso algum tempo para nos habituarmos a isso. Em todo o caso, trata-se de uma prova emocionante que vou tentar abordar com a mesma sensatez com que enfrentei o Rali de Monte-Carlo.“ 

Nº de participações na prova: 4

Melhor resultado: 7º lugar (2015)

 

Craig Breen

“Entre o início e o final da temporada passada, o C3 WRC progrediu imenso nos pisos de terra, por isso estou a contar com o mesmo resultado na neve e no gelo. Principalmente porque a Suécia é um dos meus ralis favoritos, e um dos que me sinto mais confiante. Na verdade, o meu primeiro rali ao volante de um WRC foi aqui, em 2014, e a minha estreia na Citroën Racing foi também na Suécia, em 2016. Depois de um Monte-Carlo difícil, gostava mesmo de obter uma boa pontuação. E, este ano, parece mesmo que as estradas vão estar nas condições perfeitas, com bancos de neve bem sólidos que podem muito bem perdoar um erro relativamente pequeno que possamos cometer.”

Nº de participações na prova: 5

Melhor resultado: 5º lugar (2017)

 

Mads Ostberg

“O Rali da Suécia é um evento muito especial para mim, onde sempre andei bastante depressa, portanto estou bastante satisfeito com esta oportunidade para me juntar à equipa. Espero tirar o máximo partido do shakedown em Satory, e, de seguida, aproveitar ao máximo o dia de testes pré-rali, para me adaptar rapidamente ao C3 WRC. De qualquer forma, já estou habituado ao andamento nestas condições, pois participei em dois ralis na Noruega, tendo vencido o segundo rali. Este ano, com bancos de neve maiores, as estradas vão estar mais estreitas e mais exigentes do ponto de vista técnico, portanto, nós, escandinavos, estaremos possivelmente em vantagem dada a nossa maior experiência neste tipo de condições.”

Nº de participações na prova: 11

Melhor resultado: 2º lugar (2011)

 

OS NÚMEROS CHAVE DO RALI DA SUÉCIA

{  19 Especiais nesta edição, totalizando 314,25 km cronometrados

{  23,9% da prova, em termos de troços cronometrados, é diferente da edição de 2017

{  1 sucesso da Citroën e da dupla Loeb/Elena no Rali da Suécia 2004, num Xsara WRC

{  137,8 km/h foi a velocidade máxima atingida numa Especial do ano passado

 

UM RALI, UM DESAFIO

Pregos bem cuidados

Dois centímetros mais estreitos do que os seus equivalentes para terra, e cinco centímetros mais estreitos do que as versões para alcatrão, os pneus “Suécia” da Michelin destacam-se principalmente pelos seus 384 pregos colados em cavidades perfuradas no piso dos pneus. Os pregos proporcionam um nível de aderência tão elevado que, a velocidades equivalentes, as distâncias de travagem são as mesmas do que em alcatrão seco! Portanto o desafio que se coloca na Suécia consiste em tratar cuidadosamente destes “picos” de vinte milímetros, que se projetam cerca de sete milímetros para fora dos blocos no piso dos pneus. O rali escandinavo é também um dos poucos eventos em que levar dois pneus suplentes, especialmente na segunda passagem, quando o alcatrão começa a aparecer e se formam trajetórias, incrementa mesmo o desempenho. O segredo está em mudar de pneus no momento certo, de modo a que o desgaste dos pregos seja uniforme e, dessa forma, evitar ter um set-up de pneus desigual.

 

OS SEGREDOS DA CITROËN

Kevin Struyf, engenheiro de corrida, recorda…

"Recordo-me do Rali da Suécia de 2014: era apenas o segundo rali do Mads Østberg com a equipa e eu era o seu engenheiro de corrida. Estávamos a contar – e muito – com a sua experiência para este evento e tínhamo-nos preparado muito bem com a participação no Mountain Rally, na Noruega, além dos testes pré-evento. Debatemos tudo de forma construtiva, e acabámos por fazer bastantes alterações com base no seu feedback, principalmente no set-up do diferencial. O Mads foi melhorando gradualmente ao longo do rali, terminando firmemente, no domingo, com um belo terceiro lugar, a apenas 5,9 segundos do segundo classificado. Também foi o mais rápido em duas Especiais: em Torntop, que está no percurso deste ano, e na Power Stage!"

 

LITTLE BIG RACING – EPISÓDIO 2

Kris Meeke faz a antevisão do Rali da Suécia 2018 aos comandos de um Citroën C3 WRC em miniatura: https://www.youtube.com/watch?v=cxP9as9yqtA

 

PROGRAMA DO RALI DA SUÈCIA
(Nota: GMT+1; mais 1 hora do que em Portugal Continental)

 

QUINTA-FEIRA, 15 FEVEREIRO

08h00: Shakedown (Skalla)

20h04: Partida para o Dia 1 (Karlstad)

20h08: ES 1 – Karlstad (1,90 km)

21h54: Chegada

 

SEXTA-FEIRA, 16 FEVEREIRO

06h00: Partida para o Dia 2 e Assistência A (Torsby – 15')

07h55: ES 2 – Hof-Finnskog 1 (21,26 km)

09h07: ES 3 – Svullrya 1 (24,88 km)

09h54: ES 4 – Röjden 1 (19,13 km)

11h31: Assistência B (Torsby – 30')

13h41: ES 5 – Hof-Finnskog 2 (21,26 km)

15h03: ES 6 – Svullrya 2 (24,88 km)

15h50: ES 7 – Röjden 2 (19,13 km)

16h56: ES 8 – Torsby 1 (9,56 km)

17h31: Assistência Flexi C (Torsby – 45')

 

SÁBADO, 17 FEVEREIRO

07h05: Partida para o Dia 3 e Assistência D (Torsby – 15')

07h54: ES 9 – Torntorp 1 (19,88 km)

09h12: ES 10 – Hagfors 1 (23,40 km)

10h08: ES 11 – Vargasen 1 (14,21 km)

11h40: Assistência E (Torsby – 30')

12h44: ES 12 – Torntorp 2 (19,88 km)

14h12: ES 13 – Hagfors 2 (23,40 km)

15h08: ES 14 – Vargasen 2 (14,21 km)

17h45: ES 15 – Karlstad 2 (1,90 km)

19h26: ES 16 – Torsby Sprint (3,43 km)

19h56: Assistência Flexi F (Torsby – 45')

 

DOMINGO, 18 FEVEREIRO

06h30: Partida para o Dia 4 e Assistência G (Torsby – 15’)

07h50: ES 17 – Likenäs 1 (21,19 km)

09h51: ES 18 – Likenäs 2 (21,19 km)

12h18: ES 19 – Torsby 2 (9,56 km – Power Stage)

13h00: Pódio (Torsby)

 


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