MAIO DE 1968: CITROËN MÉHARI, O FRANCÊS AVENTUREIRO, MOSTROU-SE HÁ 54 ANOS.
· Foi em maio de 1968 que o Citroën Méhari, inovador descapotável da Citroën, dotado de uma carroçaria totalmente em plástico, foi apresentado à imprensa.
· Original e revolucionário, o pequeno e leve Méhari foi um automóvel concebido para uma grande variedade de utilizações, do lazer a todos os tipos de transporte. Leve, rápido, ágil e robusto, podia transportar até 400 kg e era capaz de circular em todo o lado, mesmo onde não houvesse estrada.
· Automóvel versátil por excelência, podia ser um descapotável, uma pick-up ou uma berlina de quatro lugares.
· Fabricado até 1987 em quase 150.000 unidades, muitas das quais ainda em circulação, tornou-se um ícone lendário, muito procurado e apreciado pelos colecionadores.
MAIO DE 1968: CITROËN MÉHARI, O FRANCÊS AVENTUREIRO,
MOSTROU-SE HÁ 54 ANOS
• Foi em maio de 1968 que o Citroën Méhari, inovador descapotável da Citroën, dotado de uma carroçaria
totalmente em plástico, foi apresentado à imprensa.
• Original e revolucionário, o pequeno e leve Méhari foi um automóvel concebido para uma grande variedade
de utilizações, do lazer a todos os tipos de transporte. Leve, rápido, ágil e robusto, podia transportar até
400 kg e era capaz de circular em todo o lado, mesmo onde não houvesse estrada.
• Automóvel versátil por excelência, podia ser um descapotável, uma pick-up ou uma berlina de quatro
lugares.
• Fabricado até 1987 em quase 150.000 unidades, muitas das quais ainda em circulação, tornou-se um ícone
lendário, muito procurado e apreciado pelos colecionadores.
Estávamos em maio de 1968, em plena cidade de Paris, e o ambiente era tenso e quente. Não tanto em termos climáticos,
mas sim, nas esferas social e política, já que esse mês ficou na história como "o maio francês", assistindo-se a violentos
protestos de estudantes e trabalhadores que transformaram a capital num inferno, com veículos incendiados e lojas de luxo
saqueadas.
Não era, por essa razão, a altura ideal para a realização de qualquer evento, mas a Citroën havia marcado uma data para
o lançamento do seu "Dyane 6 Méhari" – a denominação, à altura, do seu novo automóvel – e nada poderia mudar essa
decisão. Assim, nessa manhã, na estação em Paris, vários jornalistas do setor automóvel, convidados para o evento,
sentavam-se num comboio reservado para o efeito e que tinha como destino a estação de Trouville-Deauville, na Normandia,
local onde se iria realizar a apresentação oficial do novo modelo.
O evento decorreu no campo de golfe de Deauville e começou perto do meio-dia, tendo sido mostradas oito das cerca de
vinte unidades pré-série do Méhari (o automóvel só viria a ser homologado em julho), pintadas em cores marcantes como o
azul elétrico, o vermelho profundo, um tom turquesa e um cinzento metálico invulgar, cores que não estariam disponíveis
no modelo de produção.
Como era habitual em eventos organizados por Jacques Wolgensinger, à altura Diretor de Comunicação da Citroën, a
apresentação foi um sucesso e a carreira do pequeno "camelo de plástico" (o nome Méhari deriva de uma raça de camelos de
corrida e de combate) iniciou-se da melhor maneira possível, num dia divertido e pouco convencional, que ofereceu aos
muitos jornalistas presentes uma pausa da dura realidade parisiense e à Citroën um excelente retorno em termos mediáticos.
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CITROËN MÉHARI, O VERSÁTIL: DE PICK-UPA BERLINA DE QUATRO LUGARES
Quando De la Poype concebeu o Méhari, previu a possibilidade de construção de um veículo adequado a uma vasta gama
de utilizações, do lazer ao transporte de objetos ou ferramentas de trabalho. O único constrangimento que o designer JeanLouis Barrault enfrentava eram as dimensões do “AK”, o pequeno furgão comercial da Citroën.
O projeto deu origem ao veículo base, um descapotável de dois lugares em que na zona traseira se encontrava um espaço
para as pernas dos eventuais passageiros que ali podiam viajar sentados, num banco rebatível que, quando não estava a
ser utilizado, dava origem a uma área de carga completamente plana, desde o para-choques traseiro até aos encostos dos
bancos da frente. O para-brisas, também ele rebatível, incluía ancoragens para dois elementos metálicos, que se uniam
num arco amovível, localizado imediatamente acima dos bancos da frente. Sobre a estrutura era possível instalar uma
cobertura em tecido, criando um habitáculo para os passageiros da frente. Uma vez desenrolada, cobriam-se, também, os
passageiros traseiros e o compartimento de bagagens, criando, assim, uma berlina de quatro lugares. Entre as duas
configurações, as combinações eram infinitas, com portas de tecido ou rígidas, painéis laterais de tecido e até um hardtop
de plástico rígido, totalmente modular, disponível nas cores de carroçaria do Méhari.
Era um automóvel capaz de tudo, em qualquer clima, com ou sem passageiros, no asfalto, em estradas de terra e ou até
mesmo onde estas não existiam. Adaptado tanto a Saint-Tropez como ao centro de Paris, o Méhari foi produzido em quase
150.000 unidades - das quais 20.000 na Fábrica de Mangualde -, durante quase duas décadas, de 1968 a 1987,
incluindo as extraordináriasversões 4x4 que serviram no exército francês, outras capazes de serem largadas de para-quedas
e que assumiram o papel de ambulâncias rápidas no Paris-Dakar de 1980, ali demonstrando as suas enormes virtudes,
incluindo a capacidade de se moverem facilmente nas dunas sem ficarem presas na areia.
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João Raposo
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