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DIVERSOS - HOJE CONVERSAMOS - ANDRÉ PINHEIRO FALA-NOS DO JAGUAR XJS

Segunda, 18 Janeiro 2021 22:16 | Actualizado em Domingo, 18 Fevereiro 2024 06:33

HOJE CONVERSAMOS

 

ANDRÉ CASTRO PINHEIRO FALA-NOS DO JAGUAR XJS

 

È sem dúvida alguma um dos carros clássicos mais bonito  que temos a correr em Portugal, e tudo isto deve-se à coragem e à paixão de André Castro Pinheiro pela máquina de origem britânica, ressuscitando assim um XJS, um carro que fez furor no passado com a preparação de Tom Walkinshaw. Uma máquina deste calibre, tem muito que se lhe diga, e na nossa conversa com o seu piloto, pedimos para nos fazer um balanço daquilo que foi a época de 2020, o que logo o nosso entrevista disse-nos Foi uma época atípica, com muitas incertezas, adiamentos e cancelamentos de provas. Também desisti em duas provas e não consegui ir a Jerez de la Frontera, pelo que é uma época para esquecer”. A opção por provas de pista, tem segundo André Castro Pinheiro uma razão  como nos disse logo” bem, é assim Pela Montanha nunca tive grande interesse. Gosto muito de ralis e de velocidade, mas por uma questão de tempo disponível e menor risco optei pela velocidade. Tudo nos circuitos se passa de uma forma muito mais controlada.”. Sobre ainda  a época de 2020, André Castro Pinheiro acrescentou” Começou com a desistência na primeira prova no Algarve, em Julho, com problemas na caixa de velocidades; desisti logo no arranque da primeira corrida e não deu para arranjar a caixa para a segunda corrida. Depois em Braga, em Setembro, venci a minha primeira corrida à Geral e fiquei em 3º da Geral na segunda corrida, primeiro da Classe H81-Max. Nos 250Km do Estoril corri com o Francisco Sande e Castro e voltamos a desistir com uma correia partida, quando íamos em 2.º da Geral mas já perto do final. Como tínhamos um avanço grande para os 2.º classificados da Classe H81-Max e eles acabaram por também ter problemas, conseguimos, mesmo assim, ganhar a Classe H81-Max e eu passar para 1º do Troféu. A prova de Jerez de la Frontera foi adiada para meados de Dezembro e não pude participar, perdendo o 1.º lugar do Troféu para os irmãos Fresco e o seu Ford Capri V6” Sobre o calendário desta época de 2021, deu a sua opinião “Gosto muito que inclua Jarama e Jerez de la Frontera, dois circuitos icónicos, exigentes, rápidos e que nos dão imenso prazer de condução. Tenho pena de não irmos a Braga, não pelo circuito em si que é o menos interessante, mas por sentir sempre que estou a correr em casa.”

 

 

 Antes de entrar para o carro respeita algum ritual, o que depois de reflectir um pouco disse-nos “Não sou nada supersticioso, mas faço sempre tudo primeiro pela direita… a começar pelo vestir e calçar de todo o equipamento até à entrada no carro. No Jaguar sou ‘obrigado’ a entrar com a perna direita, mas na altura do Fórmula já o fazia sempre. E é engraçado porque não me preocupo com isso, é de uma forma instintiva mas nunca falha.” E o  que lhe vai na alma nos minutos que antecedem a entrada em pista e a largada para mais uma corrida , o que depois de pensar  um pouco exclamou “A partir de 1 hora antes da corrida, desligo-me do mundo exterior e começo a rever mentalmente o circuito, as curvas, as trajectórias e a forma como conduzi nos treinos. Quando já estou sentado no carro, com os cintos apertados e ligo o motor, fico completamente focado e nem me lembro do que me ‘vai na alma’...”Sobre  o trabalho que a FPAK tem feito sobre a liderança de Ni Amorim quisemos saber a sua opinião, “Não tenho opinião. Encaro as corridas como um hobby e um escape da vida profissional. Desde que tenha condições para correr em eventos bem organizados, seguros, com regras bem definidas, carros interessantes e bom ambiente, está tudo bem! Costumo dizer que no dia em que tiver de me ‘chatear’ com políticas ou politiquices que prejudiquem este espírito, troco o XJS V12 por um Jaguar de estrada e começo a fazer passeios de clássicos. Que, por acaso, até já faço alguns e são bem interessantes!”

 

Voltando a falar do seu carro ,neste caso do Jaguar XJS,  já alguma vez chegou aos limites do mesmo?  Nessa altura é fácil de ir buscar o mesmo?  E sustos? “ bem é assim Com 300cv, mais de 1.500Kg e tracção traseira, o difícil é não chegar aos limites. Mas, curiosamente, o Jaguar não é muito difícil de ‘ir buscar’ e até o sinto muito previsível nos limites. Talvez devido à escola da Formula Ford e também ao excelente trabalho que a DBE Engineering fez na afinação da suspensão. O maior susto foi o ano passado no Qualifying de Braga, onde perdi a traseira na travagem do final da recta e entrei pela relva dentro aos piões, estava a ver que só parava na pista do Aeródromo...”

 

Fale-nos da sua equipa. Quem é o preparador e os mecânicos que assistem o seu carro, “O carro foi todo restaurado e construído na PERES Competições, com recurso a alguns especialistas externos na parte do motor, carroçaria e suspensão. O Mestre foi o Sr. Luís Dias e o mecânico responsável é o Filipe Romero, que conhece tudo do Jaguar XJS V12, foi responsável por toda a construção e acompanha-me em todas as corridas.”

 

Como é que chegou às corridas ? Fale-nos um pouco  de forma resumida como começou e quais os passos que deu até aos dias de hoje, “Desde miúdo que sou um apaixonado por carros e corridas e tinha vontade de correr, mas não tinha apoio em casa. Em 2015, com 42 anos, decidi então que era altura e comecei à procura da melhor forma de começar a competir. Não foi muito fácil, pois sou normalmente exigente com o que faço e, por isso, tinha uns padrões um bocado elevados para o carro e campeonato. Nessa altura, o apoio e aconselhamento do Fernando Peres foram cruciais e é ele o grande responsável pela forma como as coisas correram bem. E a quem muito agradeço.

Há uma história engraçada: foi o Fernando Peres quem, na altura em 2015, me convenceu a ir experimentar o Fórmula Ford a Braga, pois achava que era uma boa maneira de começar a correr, mas sem eu estar nada convencido disso! Então lá fui experimentar o FF e, claro, saí de lá entusiasmadíssimo com a condução e adrenalina do Fórmula, mas a achar que era muito perigoso e que não tinha ‘unhas’ para aquilo, ou seja, não era opção e lá teria de continuar a procurar uma alternativa. Mas passado um ano sem encontrar alternativa que me satisfizesse, e continuando a ser influenciado pelo Fernando, lá decidi fazer o SSS de Fórmula Ford. E não é que correu bem e fiquei por lá 3 anos…A passagem para o Group1 com o Jaguar foi consequência de eu querer continuar a correr com um carro de tracção traseira, que não sendo um Fórmula teria de ser um carro potente, para manter o mesmo gozo de condução. Mas teria de o fazer num ambiente com o qual me identificasse - e por esses padrões, os Trofeus do Diogo Ferrão e da Race Ready são uma referência - e num carro do qual eu gostasse. Desde que me conheço que tenho uma paixão por carros ingleses, nomeadamente Jaguar e Aston Martin, o que justificou a escolha do Jaguar XJS V12. O projecto passou pelo restauro integral do carro, por manter a sua personalidade (o tablier mantém-se em pele e com madeira) e torná-lo competitivo dentro das regras de Grupo 1. A condução é um gosto enorme, os fim de semana de corridas são muito bem passados e as vitórias a cereja no topo do bolo.”

 

 

 Diga-nos quem são os seus patrocinadores, indicando os seus nomes, o que fazem e os emails de contacto

 

KAESER COMPRESSORES - líder mundial de sistemas de Ar Comprimido; https://pt.kaeser.com;

AUTO SUECO AUTOMOVEIS - concessionário Jaguar/Land Rover; https://autosueco.jaguarportugal.ptjaguarlandrover@autosueco.pt

FUCHS Lubrificantes - maior fabricante independente de Lubrificantes no Mundo; https://www.fuchs.com/pt/pt/

FIAAL - concessionário Jaguar/Land Rover no Algarve; https://fiaal.jaguarportugal.ptjlr@fiaal.pt, para a prova do Algarve.

 

 

 Para 2021 há perspetivas de aumentar o numero de patrocinadores, dizendo logo “Gostaria de manter os actuais - a KAESER apoia-me desde o início do projecto, a FUCHS é parceiro técnico e existe uma relação para além deste projecto e, quanto à Jaguar, é muito interessante correr com o apoio oficial da marca. Para 2021, talvez consiga encaixar mais um patrocinador de uma área totalmente distinta, que se enquadra bem no projecto.” Acha que a actual divulgação do nosso automobilismo em Portugal em termos de TV melhorou? Qual a sua opinião, e na sua opinião quais as principais falhas, e o que sugere para colmatar essas mesmas falhas, que depois de reflectir um pouco disse logo “Penso que continua a não haver grande interesse por parte dos canais televisivos, apesar de eu achar que existe um grande e largo interesse por automóveis e competição em Portugal. Em termos de quantidade de novos programas melhorou, já a qualidade não, pois não se investe em meios para que se faça uma recolha de imagens com qualidade e interesse, para além de também não haver grande conhecimento editorial.” 

 

 Qual a sua opinião, acha que as medidas de segurança para os pilotos existentes nas pistas , são suficientes ?E em termos de segurança pessoal sente-se seguro com o seu equipamento ?Acha que é necessário mais? “Estou confortável com o que existe, pois somos obrigados a cumprir os regulamentos de segurança da FIA, tanto no carro como no equipamento individual. Como corro só em circuitos, existe um ambiente de segurança controlado e quero acreditar que todos os dispositivos de socorro são os adequados, espero nunca ter de o comprovar! “A nossa conversa já ia longa e para terminar questionamos André Castro Pinheiro, que evoluções estão previstas para a época de 2021, que em jeito de despedida, afirmou-nos “ Fiz uma evolução grande, de 2019 para 2020, no estudo e desenvolvimento da suspensão pela DBE Engineering com excelentes resultados. Também corrigimos alguns detalhes e problemas que surgiram na primeira época. Para 2021, estamos bem afinados e não prevemos fazer nenhuma evolução.”

 

ENTREVISTA DE JOÃO RAPOSO - www.velocidadeonline.com

 

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